| 29/10/2005 15h06min
O PSDB e o PFL irão se associar para protocolar no Ministério Público uma ação buscando que sejam investigadas as contas da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2002. O acordo foi anunciado pelo líder do PSDB no Senado, Artur Virgílio (AM), ao jornalista Josias de Souza, da Folha Online. A representação contra Lula deverá ser efetuada no início da próxima semana.
Segundo Virgílio, o que motiva a representação são as acusações feitas pelo ex-deputado e presidente do PL Valdemar Costa Neto de que ele teria recebido recursos de Marcos Valério para pagar dívidas assumidas pelo PL. As dívidas referem-se, segundo Costa Neto, à campanha de segundo turno de Lula. Soma-se ao pedido a reportagem da revista Veja deste final de semana divulgando que Lula e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, teriam intercedido em favor de Valério na liquidação dos bancos Econômico e Mercantil de Pernambuco, pressionando o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para que o caso fosse resolvido.
Valério teria chantageado o governo e o PT, exigindo R$ 200 milhões para não revelar o inteiro teor de sua relação com os líderes do partido. Segundo a revista, o valor equivaleria a um prêmio que o publicitário esperava obter caso fosse bem-sucedido em finalizar junto ao Banco Central a liquidação dos bancos. O publicitário atuava a pedido do Banco Rural, que sonhava em comprar o controle do Mercantil.
Uma fonte da revista afirmou que em uma reunião no gabinete de Lula no Planalto, no segundo semestre de 2004, o presidente teria dito a Meirelles a mesma coisa que esse ouvira dias antes do ministro da Fazenda sobre a resistência técnica do BC ao pleito de Marcos Valério: “Não dá para vocês ganharem todas".
Ao saber das novas denúncias, o presidente do PFL teria afirmado:
– A partir dessas novas revelações, se não acontecer nada com o presidente Lula, o Palácio do
Planalto terá aplicado uma mega-injeção de éter em
toda a nação brasileira.
Virgilio acredita que Lula tornou-se agora um “inelegível virtual”, pois não é possível que o presidente seja reeleito pelo voto depois de tantas acusações.
– Tentaremos transformá-lo num inelegível legal. Veremos o que vai acontecer. Sem nenhuma dúvida, esses episódios serão incorporados às investigações das CPIs dos Correios e dos Bingos. Isso é lavagem de dinheiro, um crime sério – disse.
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