| 28/10/2005 18h47min
O PFL estuda apresentar ao Ministério Público uma representação para que se investigue se foi utilizado dinheiro ilegal na campanha petista de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. O recurso deverá ser entregue pelo partido no início da próxima semana.
– Vou consultar a Executiva do meu partido porque o PFL tem a coragem de tomar a providência para que os culpados paguem conforme a lei – diz o líder da sigla no Senado, José Agripino.
Agripino lembra que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto (SP), afirmou ter recebido R$ 6,5 milhões do empresário Marcos Valério para quitar dívidas de campanha de Lula. Costa Neto reforçou a afirmação ontem, durante uma acareação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do mensalão.
– Essa é a constatação de um fato gravíssimo, produto de uma acareação –diz o senador.
O artigo 350 do Código Eleitoral prevê pena de até cinco anos de prisão e pagamento de cinco a 15 dias-multa caso haja omissão de declaração, em documento público, para fins eleitorais. A lei, segundo o senador, deve valer para todos os parlamentares e, por isso, o presidente Lula não poderá ser poupado caso seja constatada a irregularidade. Agripina lembra que alguns dos acusados de envolvimento com o esquema do mensalão já foram cassados, como foi o caso do ex-deputado do PTB Roberto Jefferson (RJ).
– A legislação protege o presidente da República? Claro que não. Se verdadeira a declaração de Costa Neto, Lula praticou crime eleitoral – disse.
Agripino lembrou que o responsável pela prestação de conta de uma campanha eleitoral não é ninguém, senão o próprio candidato.
– Já disputei vários cargos. O candidato é o responsável por sua campanha –afirmou.
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