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 | 28/10/2005 00h05min

Denúncias teriam interrompido repasses do mensalão

Marcos Valério também disse que ficou sem crédito junto a bancos

O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirmou que empréstimos e pagamentos a parlamentares terminaram junto com o seu crédito junto a bancos e às denúncias do então deputado Roberto Jefferson sobre o esquema do mensalão. Valério participa de uma acareação com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e outras seis pessoas acusadas de envolvimento no esquema.

Valério informou ainda que o último empréstimo foi tomado em julho de 2004 e que a última distribuição de valores foi realizada em setembro do mesmo ano. Segundo Valério, a corretora Bonus-Banval foi uma indicação do PP e “depois serviu também para pagamentos ao próprio PT”.
Ele acrescentou que a corretora cobrava uma comissão para entregar o recurso na residência de quem receberia o recurso.

A secretária-executiva da SMPB, Simone Vasconcelos, que também é ouvida na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão, confirmou que o assessor do PP João Cláudio Genu foi à filial da SMPB em Brasília para receber um dos pagamentos. Segundo Simone, a entrega do dinheiro em um hotel foi feita ainda para o ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, o ex-assessor do Ministério da Cultura Roberto Costa Pinho e o diretor financeiro do Ministério dos Transportes durante a gestão do ex-ministro Anderson Adauto, José Luiz Alves. Genu reconheceu ter recebido diretamente de Simone R$ 700 mil. Ela afirma, entretanto, que entregou diretamente a Genu ou a pessoas indicadas por ele, R$ 1,6 milhão.

Marcos Valério garante que o total repassado para o PP foi de R$ 4,1 milhões. O empresário ressaltou que parte desse valor também foi repassado ao partido por intermédio da corretora Bonus-Banval. Delúbio informou que liberou o pagamento de aproximadamente R$ 4 milhões para o PP. Delúbio acrescentou que, além desse valor, houve liberação de R$ 3,5 para o deputado Vadão Gomes (PP-SP).

Ao final das perguntas, o relator da CPI, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), disse que a diferença entre as informações das fontes pagadoras e dos recebedores já ultrapassa R$ 10 milhões.

AGÊNCIA CÂMARA
 

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