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 | 12/07/2005 20h27min

Líderes mantêm separação das três CPIs no Congresso

Calheiros disse que fará indicações, caso siglas não apontem integrantes

Líderes do governo e da oposição na Câmara e no Senado não chegaram hoje a um acordo sobre a unificação das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dos Correios, do Mensalão e dos Bingos. A oposição defendia que fossem criadas sub-relatorias na CPI dos Correios para que as investigações se concentrassem em apenas uma comissão.

Durante reunião com o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), os líderes decidiram deixar que as investigações sejam realizadas por cada uma das CPIs separadamente. Na avaliação do presidente do Congresso, mais importante que a quantidade de CPIs é a eficácia nas investigações.

Calheiros fixou para a próxima segunda-feira, às 16h, o prazo limite para que os líderes da Câmara e do Senado indiquem os membros que vão compor a CPI do Mensalão, destinada a investigar suposta compra de votos de parlamentares, no atual governo e no anterior. Renan Calheiros disse que, se os líderes não indicarem os integrantes da CPI, ele mesmo fará as escolhas. Calheiros afirmou que a eleição do presidente e a escolha do relator da CPI ocorrerão na próxima terça-feira. O presidente do Senado ressaltou, no entanto, que o início efetivo dos trabalhos da CPI dependerá dos acertos entre os seus integrantes.

Para o líder do PSDB na Câmara, deputado Alberto Goldman (SP), a estratégia do governo é apoiar a instalação de uma série de CPIs para desviar o foco das investigações. Na opinião do líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia (RJ), a criação das CPIs dos Correios e do Mensalão vai retardar os trabalhos de investigação. Mas ele acredita que o trabalho da CPI dos Correios será de fundamental importância para as investigações sobre a suposta compra de votos dos parlamentares.

Já o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), rebateu as afirmações de que a estratégia governista é esvaziar as CPIs. Ele lembrou que foi a própria oposição quem exigiu a instalação da CPI do Mensalão. O líder do governo garantiu que é vontade do Executivo e da base aliada investigar até o fim todas as denúncias de corrupção nos Correios e dentro do parlamento.

– É bom lembrar que a oposição dizia que a CPI dos Correios seria chapa-branca. Ao contrário, está funcionando com toda a isenção e vai até o fundo nas investigações. As denúncias do mensalão vieram depois disso. Transformar o mensalão em subcomissão é para quem não quer verdadeiramente investigar. Vamos até o fim, para investigar ou para punir – afirmou Mercadante.

As informações são da agência O Globo.

 

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