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 | 17/03/2005 15h20min

Nova regra da UE pode dificultar comercialização de soja transgênica

A partir de abril presença de OGMs será identificada nos rótulos de produtos

Uma nova regra de proteção ao consumidor europeu que exigirá que todo produto transgênico seja claramente identificado a partir de abril deverá ser a maior barreira à entrada da soja transgênica brasileira na União Européia (UE). A importação de transgênicos, embora controlada, não é proibida legalmente pelo bloco, mas a aceitação de produtos transgênicos pelo consumidor europeu é pequena.

De acordo com uma recente pesquisa sobre o assunto, 76% dos europeus se negam ou evitam comprar produtos que contenham Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). A exigência de rotulagem prejudicaria a entrada da soja brasileira geneticamente modificada, já que não haverá demanda por produtos produzidos a partir do grão GM brasileiro.

Conformo o porta-voz do comissário europeu para o Comércio Exterior, Pascal Lamy, a prioridade da Comissão Européia é garantir ao consumidor o direito de escolha. Em entrevista à rede BBC Lamy explicou que a exigência de rotulagem é uma forma eficiente de evitar que o europeu leve para casa transgênicos sem saber.

O Brasil é o maior fornecedor de soja para o mercado europeu, junto com os Estados Unidos e a Argentina. O país leva vantagem no setor porque até recentemente produzia somente soja não transgênica, ao contrário dos seus concorrentes. A UE é o maior importador mundial do setor, com 35 milhões de toneladas por ano. A China vem em segundo lugar, com 15 milhões.

Ao contrário do Brasil, a China vem reduzindo o seu território de plantação transgênica e ampliando a produção de soja orgânica, segundo dados do Greenpeace International.

 

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