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 | 08/03/2005 15h51min

Empresa de lecitinas deve trocar Argentina pelo Paraná

SG Lecitinas SRL quer trabalhar com soja convencional

A presença massiva de soja transgênica na Argentina está provocando algumas alterações na planta agroindustrial do país. A empresa processadora de soja SG Lecitinas SRL, de Córdoba, anunciou recentemente que está se preparando para desativar sua planta industrial no território argentino e pretende se instalar no Paraná.

Conforme Luis Schwander, diretor da empresa, a empresa está perdendo os clientes europeus que recusam seu produto – lecitina pura em pó, processado a partir do óleo de soja – por ser produzido com soja transgênica.

Luis Schwander entrou em contato com a Secretaria da Indústria e Comércio e do Mercosul do Paraná (Seim) manifestando a intenção de se instalar no interior paranaense porque teria na soja convencional paranaense a matéria-prima necessária para garantir a sua produção.

Para Santiago Galo, coordenador de relações com o Mercosul da Seim, "este fato é muito significativo porque indica que haverá uma migração de indústrias processadoras de alimentos, e também no setor de rações para animais, que virão buscar fornecedores de soja convencional para sua produção tendo em vista a rejeição do mercado europeu aos produtos processados com soja transgênica".

Conforme Galo, a soja convencional é uma commodity diferenciada.

– Os maiores produtores de alimentos na Europa baniram soja transgênica de suas linhas de produção. A rejeição dos consumidores aos produtos geneticamente modificados está ditando o comportamento do mercado. Os produtores paranaense de soja convencional têm esta vantagem.

Conforme dados do governo do Paraná, 57 das 60 maiores empresas alimentícias da União Européia também tomaram a decisão de não comercializar transgênicos no bloco. Juntas, elas representam 70% do mercado de alimentos e bebidas e movimentaram 650 bilhões de euros.

Santiago Galo cita também a posição da Austrália, onde as três maiores empresas australianas de criação de aves – Inghams, Bartter Steggles e Baiada – já se comprometeram em não usar o transgênicos. Juntas elas respondem por cerca de 80% das vendas de produtos avícolas australianos e são responsáveis pela maior parte das 300 mil toneladas de soja importada.

As informações são do governo do Paraná.

 

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