As perdas apuradas na produção agrícola este ano, devido ao clima e a doenças como a ferrugem asiática, vão reduzir a receita dos produtores brasileiros, mas não devem desanimá-los a continuar investindo em tecnologia e produtividade. Isso é o que esperam os organizadores da Agrishow, maior feira agrícola da América Latina, que começou nesta segunda-feira, dia 26, em Ribeirão Preto, em São Paulo.

Estão sendo aguardados 150 mil visitantes nos seis dias da feira, que este ano, em sua 11ª edição, terá 600 expositores ligados ao setor agropecuário, montadoras, bancos, além de demonstrações práticas no campo.

– A agricultura ainda é a vaca leiteira do Brasil, seja para segurar a inflação, seja para gerar divisas. É impressionante a disposição do produtor em entrar em financiamento, em investir – disse o presidente da Agrishow, Sérgio Magalhães.

Uma demonstração disso pôde ser constatada há duas semanas, na quarta versão da Agrishow Cerrado, realizada em Rondonópolis (MT). Foram vendidos durante a feira, segundo Magalhães, mais de 50 pequenos aviões (um dos vários equipamentos em exposição), com preço médio de US$ 225 mil cada, em financiamentos de até oito anos.

Ancorada no desempenho do setor agrícola, a Agrishow Ribeirão Preto deve gerar este ano negócios de R$ 1,32 bilhão, 10% mais do que na edição do ano passado.

– Mais de 1 milhão de hectares devem ser abertos este ano no Brasil. Isso é muito trator, colheitadeira, plantadeira – afirmou Magalhães.

A movimentação gerada pela feira no município paulista já virou tradição. Os hotéis de Ribeirão Preto estão com seus quartos tomados há meses, e já não restam nem chácaras para ser alugadas num raio de 200 quilômetros do local da exposição. Muitos visitantes foram obrigados a locar cômodos em casas.

– Cerca de R$ 100 milhões são movimentados na região em função da exposição – estimou Magalhães, que este ano promoveu uma versão da Agrishow também em Rio Verde (GO) e planeja lançar, possivelmente no segundo semestre, uma edição em Luís Eduardo Magalhães, município na nova fronteira agrícola no oeste da Bahia.

As informações são da Reuters.