O técnico Tite poderá escalar o volante Tinga no Gre-Nal sem correr riscos, caso o atleta seja absolvido dia 7 de março. Tinga foi expulso na partida contra o Juventude, em Caxias do Sul, assim como Claudiomiro e Rodrigo Fabri. O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, considera que é praticamente nula as chances de uma punição ao clube por parte da Fifa, entidade máxima do futebol. Se absolvido, não precisará cumprir suspensão automática.

Zveiter mencionou a portaria ministerial nº 27 do Ministério do Esporte e Cultura (atual Ministério dos Esportes), expedida em janeiro de 1984. O texto diz que a suspensão automática só vale para jogadores que não tenham sido julgados antes da partida seguinte. O julgamento está marcado para a próxima sexta. Pela portaria, Zveiter afirmou que mesmo que o Inter recorra à Fifa, a ação não terá valor. A entidade encaminharia a questão para ser resolvida no Brasil, pelo STJD.

O caso de Tinga está sendo considerado o mais leve, pois ele foi denunciado no Artigo 305 – atitude inconveniente –, cuja pena aplicada deverá ser o pagamento de multa. Já Claudiomiro e Fabri estão mais complicados. Citados nos Artigos 307 – desrespeito ao árbitro – e 308 – jogada violenta –, respectivamente, o departamento jurídico do Grêmio sabe que o trabalho será duro. O zagueiro pode pegar pena de um a quatro jogos, enquanto a possível punição do meia-atacante varia entre uma e duas partidas.

O presidente do STJD disse desconhecer o Artigo 19 do Código Disciplinar da Fifa, que prevê a suspensão automática obrigatória ao atleta. Além disso, declarou que essa medida é usada apenas em Copas do Mundo, quando não há tempo hábil para a realização de julgamentos. O presidente do TJD gaúcho, Francisco Teixeira de Oliveira,  também considera tranqüila a situação de Tinga. Chega a citar a Declaração dos Direitos do Homem, que faculta a qualquer pessoa o direito ao julgamento.