O Grêmio quer colocar em campo no Gre-Nal do dia 9 de março Tinga e Claudiomiro, expulsos contra o Juventude, mesmo que tenha que desafiar as normas da Fifa. A exceção é Rodrigo Fabri, também expulso, mas lesionado. Pelas regras da entidade máxima do futebol, nenhum jogador punido com cartão vermelho pode deixar de cumprir suspensão automática, de acordo com o Artigo 19 do Código Disciplinar. A luz no fim do túnel vislumbrada pelo departamento jurídico seria absolver os três em julgamento na próxima semana.

A Fifa, no entanto, alertou todas as entidades subordinadas quanto ao cumprimento da regra. Já o tricolor e o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Francisco Teixeira de Oliveira, contestam a orientação e defendem maior autonomia dos tribunais. Oliveira entende que nem mesmo a Fifa pode interferir na Constituição brasileira, que prevê defesa ao acusado. Seguindo essa linha de raciocínio, quem é absolvido, não pode cumprir suspensão.

O vice-jurídico do Grêmio, César Dias Neto, não pensa na hipótese de o clube sofrer alguma punição da Fifa caso Tinga, Claudiomiro e Fabri sejam absolvidos no julgamento e atuem normalmente no Gre-Nal – Tinga e Claudiomiro. Para isso, a diretoria tricolor vai convocar uma reunião de emergência para saber se o Grêmio desafia a Fifa e coloca os três em campo no Beira-Rio.

Por enquanto, não existe sequer a garantia da realização dos julgamentos. Até o final da tarde desta quarta, dia 26, o procurador do TJD, Fábio Barrichelo, ainda não havia recebido a súmula da partida. Em entrevista à Rádio Gaúcha, afirmou ser remota a possibilidade de realização do julgamento por falta de tempo para a apresentação da denúncia. Dias Neto lembra que o procurador tem 48 horas para oferecer a denúncia e nada o obriga a gastar todo esse tempo.

Se Barrichello receber a súmula do árbitro Leonardo Gaciba nesta quinta, poderá marcar a audiência para qualquer dia da próxima semana a partir de quarta.