| 29/03/2008 13h30min
Acuada pelo vazamento de informações sigilosas dentro de sua secretaria, sobre gastos no governo Fernando Henrique Cardoso, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje, durante entrevista coletiva na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), não acreditar que que o caso seja uma tentativa de minar sua participação no governo. Ela também negou que seja candidata à sucessão do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
— Eu já disse várias vezes que eu não sou candidata nem me considero — afirmou.
A ministra voltou a dizer que o banco de dados que originou o vazamento, e ao qual sua Secretaria é responsável, tem um conceito diferente de dossiê.
—Ele (dossiê) é usado para denúncias políticas e isso não cabe em uma democracia, é uma manipulação dos dados para esse tipo de política — afirmou.
Dilma aproveitou para defender a secretária Erenice Guerra e descartou a demissão de sua funcionária. A ministra
lembrou que Erenice participou do processo de
formação do banco de dados, por meio da Norma 230/06.
— Foi uma recomendação do Senado e do Tribunal de Contas da União, em junho de 2005, e depois retroagimos às contas de 2004, 2003 e 2002 a pedido do próprio tribunal.
Com relação às investigações internas, a ministra acredita que em questão de tempo o caso será resolvido.
— Eu creio que muita gente viu, ou sabe, e logo teremos um acesso a essas informações — afirmou, lembrando que gastos com transporte e hospedagem (foco do vazamento) são gastos absolutamente normais.
— A quem interessa isso? Ao governo não interessa — disse a ministra.
CPI
Sobre a possibilidade de depor à CPI do Cartão Corporativo, Dilma disse que iria, caso a comissão apresentasse sugestões ou melhorias para os controles de gastos.
— Se não for isso, eu prefiro passar minhas 13, 14 horas dentro do Planalto tratando do PAC
— afirmou.
No Paraná, a ministra esteve acompanhada do ministro do Planejamento, Paulo
Bernardo, e recebeu uma lista de reivindicações do empresariado. Segundo o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo Rocha Loures, o governo federal não fez todos os investimentos que havia garantido.
— O Paraná recebeu apenas R$ 80,3 milhões, ou seja, 38,77% do que estava previsto — lembrou.
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