| 17/03/2008 17h35min
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou nesta segunda-feira em forte queda, de 3,19%, aos 60.023 pontos e volume de negócios de R$ 6,95 bilhões. A causa da baixa é o nervosismo no mercado internacional com a crise nos Estados Unidos.
Após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) ontem de cortar em 0,25 ponto percentual a taxa de redesconto (crédito emergencial para bancos) e da compra do banco de investimentos Bear Stearns pelo JP Morgan Chase por apenas US$ 236,2 milhões, os investidores temem agora que outros bancos expostos às hipotecas de alto risco americanas podem também estar à beira da insolvência, sustentando um ambiente pessimista de negócios.
Em Nova York, o índice Dow Jones devolveu as quedas iniciais e subiu no fim da tarde, ancorado na busca por um porto seguro nas ações de primeira linha. No Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que houve um agravamento da crise financeira internacional, refletindo sobre todos
os mercados do mundo, e
tudo indica que a crise é de grandes proporções. Ainda assim, para Mantega, não há necessidade de aumentar os juros no país.
— Acredito que as medidas do Fed, como a redução da taxa de redesconto em 0,25 ponto e a reunião de amanhã, onde certamente haverá nova queda das taxas de juros, poderão acalmar os mercados — afirmou.
A expectativa dos investidores é de que o Fed corte a taxa básica de juros em um ponto amanhã, para 2% ao ano. Mantega enfatizou que o Brasil está em uma situação sólida, mas destacou ser inevitável que o mercado de renda variável brasileiro seja afetado.
— Porém, a economia não sofreu nenhuma conseqüência do agravamento dessa crise. Estamos atentos e vigilantes. E tomaremos medidas necessárias se isso acontecer — afirmou.
Pela manhã, o anúncio sobre a inversão de déficit para superávit da balança comercial brasileira acabou sendo minimizado em meio à deterioração dos mercados internacionais.
Depois de três semanas seguidas de déficit, o saldo da
balança comercial na segunda semana de março ficou positivo em US$ 527 milhões.
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