| 17/03/2008 16h22min
A tensão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira ficou evidente na volatilidade do seu índice, o Ibovespa. Perto das 16h, a queda era acentuada, de 3,53%. No entanto, chegou a superar 4% pela manhã. Perto do fechamento, investidores decidiram comprar ações com preços desvalorizados, o que acabou elevando o Ibovespa. Na Europa e nos Estados Unidos, o movimento não foi diferente hoje e levou pânico aos investidores. As principais bolsas européias fecharam em forte baixa.
A causa original é a preocupação dos investidores com a crise no setor financeiro americano, especialmente com a compra do banco de investimento Bear Stearns, o quinto maior dos EUA no ramo, por apenas US$ 2 por ação (em um total de US$ 236 milhões) pelo JP Morgan. No entanto, há outros problemas, como a desvalorização das commodities, o que levou a perdas no preço das ações no Brasil, e a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de reduzir a taxa de redesconto — crédito
emergencial para
bancos — em 0,25 ponto percentual, gerando desconfiança no mercado.
O medo é de que a crise seja maior do que o esperado. O ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, afirmou em matéria do Financial Times que esta é a pior crise desde a II Guerra Mundial. Para especialistas, a declaração de Greenspan e a compra de um dos mais importantes bancos americanos comprovam a gravidade da situação da economia mundial.
O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, afirmou hoje que medidas poderão ser tomadas caso os mercados se tornem ainda mais pessimistas. Para ele, o Brasil está em uma situação sólida, mas destacou ser inevitável que o mercado de renda variável brasileiro seja afetado.
Investidores estão nervosos com a possibilidade de a crise ser maior do que o esperado
Foto:
Justin Lane, EFE
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