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 | 26/02/2008 18h24min

Hillary e Obama se aproximam da "hora da verdade" na pré-campanha democrata

Candidatos voltam a se enfrentar nesta terça-feira em um debate na televisão americana

Os pré-candidatos presidenciais democratas Hillary Clinton e Barack Obama voltam a se enfrentar nesta terça-feira em um debate na televisão americana. Há muita expectativa no país, diante da proximidade das cruciais primárias do dia 4, nas quais a ex-primeira-dama colocará seu futuro em jogo. Eles se aproximam da "hora da verdade", diz a mídia local.

As pesquisas apontam que Hillary terá de trabalhar duro e não deixar nenhum detalhe de lado para tentar frear a crescente preferência por Obama entre os eleitores perto das próximas primárias, que serão realizadas nos Estados de Ohio, Texas, Vermont e Rhode Island. Estudos publicados hoje pelos jornais The New York Times e USA Today mostram que Obama tem mais chances de vencer o senador pelo Arizona John McCain, virtual candidato presidencial do Partido Republicano, em uma possível disputa pela presidência americana. Além disso, o senador por Illinois tem pela primeira vez uma vantagem significativa sobre Hillary em nível nacional.

A pesquisa do NY Times diz que 54% dos eleitores democratas querem Obama como candidato do partido, contra 38% a favor da senadora por Nova York. Já de acordo com o USA Today, o percentual é de 51% contra 39%, respectivamente. As últimas pesquisas também revelam que a vantagem de 21% que Hillary tinha em Ohio caiu para entre 5% e 9%, a exatamente uma semana das primárias no Estado.

 


Voto operário

O tropeço da ex-primeira-dama em Ohio corresponde, em grande medida, à capacidade de Obama de cortejar o voto da classe operária, que apoiou Hillary inicialmente. Considerado um Estado mineiro e manufatureiro, Ohio perdeu mais de 200 mil postos de trabalho nos últimos oito anos e tem uma das taxas de desemprego mais altas dos Estados Unidos. Por isso, os dois pré-candidatos presidenciais democratas querem aproveitar o descontentamento da classe operária local.

A popularidade do ex-presidente americano Bill Clinton em Ohio, Estado que o apoiou nas eleições presidenciais de 1992 e 1996, conta a favor de Hillary, assim como as promessas de criar novos postos de trabalho e oferecer um seguro universal de saúde. Entretanto, Obama ganhou terreno na frente operária graças a sua aura de vitorioso, além do apoio do sindicato Irmandade Internacional dos Caminhoneiros e de outras duas importantes centrais sindicais que, juntas, têm mais de 4 milhões de membros. O senador por Illinois também não hesitou em lembrar que sua concorrente apoiou políticas comerciais que, para muitos desempregados em Ohio, foram as culpadas pela perda de seus postos de trabalho.

Sem jogar a toalha

Mesmo com seu nome cada vez mais enfraquecido, Hillary não joga a toalha. Muito pelo contrário. Ela optou por lançar uma intensa campanha publicitária e mobilizar seus voluntários, que protagonizam nos últimos dias uma incansável busca de votos de porta em porta. Como reconheceu o próprio Clinton, o futuro das ambições políticas de sua esposa depende do sucesso dessa estratégia. Analistas e estrategistas concordam em dizer que a senadora precisa ganhar as primárias de Texas e Ohio para conseguir a candidatura democrata.

Nessa situação, Hillary não fez cerimônia para desqualificar Obama na segunda-feira, insistindo em que o pré-candidato democrata não está preparado para lidar com uma crise global de grande alcance. Ao falar em uma universidade de Washington, a ex-primeira-dama disse que os eleitores já sabem o "trágico resultado" de escolher um presidente com pouca experiência em segurança nacional e assuntos globais, em alusão ao atual mandatário americano, George W. Bush, e que isso não pode voltar a acontecer. Os assessores de Obama contra-atacaram e lembraram que Hillary apoiou a guerra no Iraque, à qual o senador se opôs desde o início.

Foto

Como se a disputa não estivesse suficientemente tensa, o debate desta noite, na cidade de Cleveland, em Ohio, coloca os aspirantes democratas frente a frente em uma nova disputa envolvendo a divulgação de uma fotografia na qual Obama aparece vestido com um traje típico somali. A imagem, tirada em 2006 durante uma viagem do senador ao Quênia, o país natal de seu pai, mostra o pré-candidato democrata portando um turbante e uma túnica brancos. Isso serviu para dar asas a rumores de que Barack Obama é muçulmano, algo desmentido veementemente pelo mesmo.

EFE
 

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