| 11/01/2008 21h19min
O governo da Colômbia afirmou nesta sexta-feira que "por nenhum motivo" aceita a possibilidade de retirar a classificação de "grupos terroristas" concedida às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao Exército de Libertação Nacional (ELN). Bogotá também rejeita a idéia de outorgar status de "Exércitos" a esses dois grupos, como pediu nesta sexta-feira o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Em comunicado lido pelo secretário de imprensa da presidência, César Mauricio Velásquez, o Executivo colombiano expressou que "continuará lutando até derrotar esses grupos terroristas que receberam generosas ofertas de segurança". Essa foi parte da resposta que o governo colombiano deu às afirmações feitas por Chávez hoje, um dia depois de as Farc terem libertado a ex-candidata à vice-presidência Clara Rojas e a ex-deputada Consuelo González de Perdomo. Antes de sua mensagem anual à Assembléia Nacional, o presidente venezuelano pediu que os governos do mundo retirem as Farc e o ELN de
suas listas de
grupos terroristas.
— Peço que comecem reconhecendo as Farc e o ELN como forças insurgentes da Colômbia, e não como grupos terroristas. Peço isso aos governos deste continente e aos governos do mundo — declarou o governante venezuelano, no que a Colômbia reagiu afirmando que "todos os grupos violentos" do país "são terroristas".
— Terroristas são as Farc, o ELN, os paramilitares em processo de desmantelamento. São terroristas por atentarem contra uma democracia respeitável e por seus métodos de extermínio da humanidade. No continente, existiram grupos violentos que, por lutarem contra ditaduras, foram classificados como insurgentes. Na Colômbia, os grupos violentos atentam contra a democracia. Conseqüentemente, a classificação que merecem é a de terroristas — manifestou o governo.
O comunicado colombiano diz ainda que "os grupos violentos da Colômbia são terroristas porque se financiam por meio de um negócio letal contra a humanidade, o
narcotráfico", e "porque seqüestram, colocam
bombas indiscriminadamente, recrutam e assassinam crianças, matam mulheres grávidas e idosos, e utilizam minas antipessoais, fazendo milhares de vítimas inocentes por onde passam".
A presidência colombiana afirmou ainda que "os grupos violentos da Colômbia são terroristas porque cometem seqüestros em qualquer lugar". As declarações de Chávez causaram agitação na Colômbia, onde as Farc, com cerca de 17 mil integrantes, lutam contra o Estado e têm pelo menos 700 reféns em seu poder, segundo números oficiais.
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