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 | 03/01/2008 16h29min

Benefícios do fim da CPMF superam os prejuízos com IOF maior, diz consultor

Cadeias de produção terão alívio que não poderá ser neutralizado com o aumento do imposto

O aumento de 0,38% na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não deverá prejudicar o setor produtivo brasileiro ou a população, pois eles já foram beneficiados com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A análise é do consultor Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

— Ao reintroduzir o IOF, o governo trocou um custo que já existia, o da CPMF, pelo custo do IOF — afirmou.

Na avaliação de Almeida, alguns setores da economia serão beneficiados com o fim da CPMF e essa vantagem não será neutralizada com o aumento do IOF.

— Cadeias de produção mais longas como maquinaria, indústria química e petroquímica e indústria automobilística, tiveram um alívio muito grande com o fim da CPMF, que o aumento do IOF não vai neutralizar — disse.

Em relação à população, o consultor do Iedi também disse acreditar que não haverá prejuízos financeiros:

— A população sai beneficiada com o fim da CPMF, mesmo com a reintrodução do IOF, porque vai ter mais R$ 8 bilhões a R$ 10 bilhões para o seu gasto, que antes iam para o governo.

Segundo Almeida, havia uma expectativa de que o crédito ficasse mais barato e de que as exportações fossem beneficiadas com o fim da CPMF, o que não irá ocorrer por causa do aumento do IOF.

— Foi uma frustração ver o crédito, que estava um pouco mais barato, e o exportador, que estava um pouco mais aliviado, com o fim da CPMF. Isso não foi possível, no entanto, com o aumento do IOF: para o tomador, o crédito continuará tão caro como antes. Na prática, foi como trocar seis por meia dúzia — concluiu.

AGÊNCIA BRASIL
 

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