A direção do Inter se mobilizou para salvar a equipe da Segunda Divisão. Em contatos por telefones com políticos e conselheiros, o clube conseguiu reunir R$ 100 mil para distribuição entre os jogadores em caso de vitória sobre o Paysandu. Outros R$ 50 mil foram reservados para o Figueirense vencer o Paraná, e para o Vitória-BA bater o Palmeiras. Ao todo foram recolhidos R$ 200 mil em prêmio e mala preta.

A maior preocupação do Inter era com relação a Vitória e Palmeiras, em Salvador. Temia-se que o presidente Paulo Carneiro orientasse o time a perder e assim prejudicar o rival Bahia. Então o colorado tratou de mobilizar o Vitória. Claiton também virou emissário do Inter. Telefonou para seus ex-companheiros e avisou: tirar pontos do Palmeiras valeria R$ 50 mil.

Um conselheiro com negócios em Florianópolis recebeu a incumbência de tratar com o presidente do Figueirense, Paulo Prisco Paraíso. Prometeu remeter R$ 50 mil caso vencessem o Paraná. O conselheiro assistiu ao jogo e, apesar do empate, efetuou o pagamento no final. O mesmo fez um representante do clube no Barradão, em Salvador.

Depois de providenciado o incentivo financeiro para Vitória e Figueirense, foi a vez de os jogadores do Inter fazerem sua parte no Mangueirão. Os atletas se reuniram em uma preleção emocionada e partiram para cima do Paysandu. Cerca de duas horas depois, comemoraram a vitória por 2 a 0 e a permanência na Primeira Divisão. Os R$ 100 mil foram entregues ao capitão Clemer, que tratou de fazer a divisão entre seus companheiros.

Os boatos de que o Paysandu também teria recebido dinheiro do Inter para facilitar as coisas foram rechaçados pelos jogadores do clube paraense e pelo técnico Hélio dos Anjos. O último adversário do Inter neste Brasileirão não corria mais riscos de rebaixamento nem poderia se classificar para as quartas-de-final.