| 11/05/2007 17h56min
Os deputados da CPI do Apagão Aéreo iniciam efetivamente as investigações sobre a crise do setor na segunda-feira, com uma visita ao Cindacta 1, em Brasília. O órgão é responsável pelo controle de vôo na região Centro-Oeste e em parte do Sudeste. A visita servirá para que os deputados conheçam os equipamentos e a logística envolvida no controle do tráfego aéreo brasileiro.
Ao mesmo tempo, a CPI se prepara para receber as cópias dos chamados "relatórios de perigo". Os documentos preparados pelo Cindacta 1 relatariam a existência de pontos de sombra no espaço aéreo, em que aviões somem, multiplicam-se ou mudam inesperadamente de altitude nos radares. A transferência dos "relatórios de perigo" para a CPI foi pedida pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), com o objetivo de orientar os parlamentares durante os futuros depoimentos à comissão.
– Nós temos em mãos alguns desses relatórios que mostram, inclusive, duplicidade de pistas. Duas pistas na tela do computador do radar - uma virtual, outra real – relatou Macris, que apontou ainda dificuldades de comunicação e chiados nos transmissores. Segundo o deputado, a comissão solicitou os dados de 2006 e 2007.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG) foi controlador de vôo por 16 anos e afirma que realmente ocorrem falhas de equipamento em algumas regiões do país. Segundo ele, caberá à CPI ajudar a identificar tais problemas e buscar soluções definitivas.
– Seja qual for o problema - linguagem de equipamento, software, posicionamento de antena ou ainda deficiência de equipamento -, é necessário que seja imediatamente corrigido, pois não é possível que um controlador de vôo trabalhe com a possibilidade de estar vendo um avião e, de repente, ver três. Isso dá uma grande tensão, e não pode acontecer – ressaltou.
A primeira fase dos trabalhos da CPI do Apagão Aéreo está concentrada nas causas e conseqüências do acidente ocorrido em setembro do ano passado com o vôo 1907 da Gol, que deixou 154 mortos. Os deputados também terão acesso a um documento preparado pelo Ministério da Defesa, que teria alertado, desde 2003, sobre o risco de colapso no controle do tráfego aéreo no País.
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