| 08/05/2007 23h50min
As investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Crise Aérea começarão pelas causas do acidente com um Boeing da Gol e um jato Legacy pertencente à empresa americana Excel Aire, em 29 de setembro de 2006. A queda do Boeing resultou na morte de 156 pessoas.
O acidente é importante por representar um sintoma da crise, mas não é o início da crise – afirmou o relator da CPI, Marco Maia (PT-RS), que apresentou nesta terça-feira o roteiro das investigações.
A CPI terá duração de quatro meses, e cada caso seria investigado em um mês. No primeiro, o acidente com o Boeing, no segundo, a análise do Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), no terceiro, a organização e regulação do mercado e, no último mês, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), estatal que administra os aeroportos.
Um dos primeiros convocados a prestar depoimento será o delegado da Polícia Federal Renato Sayão Dias, que conduz o inquérito sobre a tragédia. Nesta primeira fase, o relator prevê também convocar os controladores de vôos que trabalhavam na hora do acidente e os pilotos norte-americanos Jan Paul Paladino e Joseph Lepore, do Legacy.
As convocações serão decididas a partir desta quarta-feira, quando serão votados os requerimentos apresentados pelos parlamentares.
O presidente da comissão, Marcelo Castro (PMDB-PI), reafirmou que as investigações não devem-se limitar à Infraero.
– A CPI é do tráfego aéreo, não é da Infraero – enfatizou.
CPI pode pressionar Anac a responder a reclamações
Durante a apresentação do roteiro, Marco Maia acatou proposta do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) de que a CPI pressione a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e as empresas aéreas para criar um sistema de divulgação de respostas às reclamações da opinião pública.
Uma sugestão é a divulgação antecipada de informações sobre atraso de vôos e demais condições do tráfego aéreo nos painéis das salas de embarque dos aeroportos, ou por meio de uma linha telefônica específica para isso. O relator pediu o prazo de duas sessões para formatar um plano para ser entregue à Anac e às empresas.
AGÊNCIA CÂMARA
Marco Maia (à esq.) e Marcelo Castro conversam durante apresentação do roteiro de investigação da CPI do Apagão Aéreo
Foto:
Luiz Alves
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Agência Câmara
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