| 06/05/2007 17h13min
O grande número de deputados novatos ou membros do baixo claro - grupo de parlamentares de pouca expressão na Câmara - entre os titulares da CPI do Apagão Aéreo surpreendeu o diretor do Departamento Intersindical de Assessorial Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz. Para o analista, o perfil dos integrantes da CPI deixa muito mais fácil o controle do governo sobre a comissão.
– A escolha dos nomes fez parte da estratégia do governo junto às lideranças. Os novatos são mais facilmente controláveis do que parlamentares experientes ou com algum nível de autonomia – disse o especialista do Diap, entidade especializada em análises políticas.
Queiroz vê um horizonte pouco otimista para a recém-instalada comissão:
– Ela deve ter o resultado da CPI do Mensalão, que teve relatório, mas não condenou ninguém e chegou a dizer que nem houve mensalão. Esta CPI vai fazer um diagnóstico da situação, mas não creio numa investigação que possa comprometer fortemente pessoas vinculadas ao governo. A não ser que descubram coisas escabrosas. Mas, mesmo assim, sacrifica-se meia dúzia e se evitam maiores conseqüências.
O presidente da CPI, Marcelo Castro (PMDB-PI), e o relator, Marco Maia (PT-RS), devem apenas reforçar os planos governistas, na avaliação de Queiroz. Castro chegou inclusive a ser cotado para o Ministério da Saúde, cargo que acabou ocupado por José Gomes Temporão. A garantia de fidelidade também vale para Maia:
– O relator pode até permitir algum tipo de debate, mas será absolutamente fiel à orientação governista.
A oposição, que poderia contrabalançar os trabalhos na CPI, não deve ter tanto poder quanto teve nas investigações do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como na CPI dos Correios.
– A oposição escolheu os mais aguerridos. Vai fazer um grande barulho, mas que não vai dar muitos resultados, até pela inferioridade numérica. O governo vai ter tudo sob controle – prevê Queiroz.
Gustavo Fruet (PSDB-PR), veterano da CPI dos Correios, deve se destacar. O tucano, afeito à análise cuidadosa de documentos, pode ser um contraponto ao relator Marco Maia.
– Talvez seja o nome de maior expressão na CPI – aposta o especialista.
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