| 20/03/2007 14h31min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou hoje sobre a possibilidade de o deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), ministro da Previdência do governo de Fernando Henrique Cardoso, estar confirmado no Ministério da Agricultura. Lula adiou sua decisão para amanhã.
– Não estou pensando nisso hoje, só vou pensar amanhã – disse Lula, que cumpriu hoje agenda em Goiás.
Depois do fiasco da escolha do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para o Ministério da Agricultura, Lula pediu prazo ao PMDB para decidir sobre o escolhido a partir de uma lista apresentada pelo partido. Balbinotti, alvo de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF), desistiu de ser ministro no dia em que uma reportagem do jornal O Globo mostrou que ele usou laranjas para conseguir empréstimos bancários.
– Seria útil que fizesse (a investigação). Teria a certeza absoluta que não há problema nenhum – afirmou Temer, admitindo que Lula adiou a decisão para não correr o risco de escolher
um ministro com problemas na
Justiça.
Lula fará algumas consultas a políticos, inclusive ao ex-ministro Roberto Rodrigues e ao governador do Paraná, Roberto Requião. A lista do PMDB, que continha inicialmente sete nomes, foi reduzida a quatro: além de Stephanes, Waldemir Moka (MS), Eunicio Oliveira (CE) e Tadeu Filippelli (DF). Segundo um dos presentes, o perfil que mais agradou a Lula foi o de Stephanes. A lista incluía também os deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), Valdir Colatto (PMDB-SC) e Fernando Diniz (PMDB-MG).
Em visita nesta terça à fábrica da Perdigão em Mineiros (GO), Lula ouviu do presidente da empresa, Neildemar Secchis, que o setor não está interessado nos nomes que constam da lista, e sim, que o escolhido, quem quer que seja, comprometa-se com investimentos em ações preventivas no setor.
– O setor sofreu sérios prejuízos por causa da febre aftosa. Existem falhas sanitárias e isso precisa ser uma prioridade para os próximos anos –
afirmou.
Pacto de união entre os
ministeriáveis
Antes de levar os nomes para o presidente, Temer e Henrique fizeram uma reunião com os ministeriáveis para pedir que fizessem um pacto de unidade, independentemente de quem fosse escolhido. Mas, pelo discurso de Temer e de Henrique, os candidatos deixaram o encontro, à tarde, com a certeza de que a escolha recairia sobre Stephanes.
– O Blairo (Maggi, governador de Mato Grosso) colocou duas alternativas novas: o Reinhold e o Moacir Micheleto. É a força do agronegócio. O Ministério da Agricultura está acertado com o Blairo desde a campanha, e o presidente quer uma solução para agradar aos dois lados, o PMDB e o governador – desabafou um dos candidatos presentes, antes do resultado do encontro com Lula.
Ministério do Desenvolvimento ainda sem indicação
Lula ainda não encontrou substituto para Luiz Fernando Furlan, que deixará o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio. É o único ministério totalmente em aberto. O empresário Jorge
Gerdau e o executivo Maurício Botelho, presidente da Embraer, foram sondados, mas os contatos não prosperaram. A ida já confirmada de Walfrido Mares Guia para o Ministério das Relações Institucionais abriu espaço para a entrada da ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT) no Ministério do Turismo.
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