A manhã foi de filas e atrasos em aeroportos em todo o país nesta quarta. Apesar de o sistema estar operando normalmente, após falha na comunicação nesta terça, a remarcação de vôos de ontem para hoje causou transtornos e lotação nos saguões.

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse que a situação do tráfego aéreo só deverá se normalizar na quinta-feira. Em entrevista à Globonews TV, Zuanazzi procurou tranqüilizar os usuários.

– O brasileiro não deve ter medo de voar. Ontem, o caos ocorreu, por segurança. Exatamente porque com insegurança não se voa. Jamais um avião vai voar no Brasil se detalhes de segurança não forem observados. Nós não vamos permitir. Quando há um atraso como ontem, nós temos uma espécie de represamento, e por isso o dia de hoje será ainda bastante complexo.

O presidente da Anac negou problemas com equipamentos:

– O Brasil não está com equipamentos defasados em relação ao próprio Brasil. Se comparar o Brasil de hoje com o Brasil de cinco anos atrás, o Brasil está muito melhor. Se falamos de ponto cego, hoje, como seria em 2000, em 1990? O Brasil hoje é um país coberto por equipamentos de última geração.

Há informações de que as principais companhias aéreas do país - Gol e TAM - estão remarcando para quinta-feira todos os vôos previstos para esta quarta e não estão vendendo passagens para nenhuma localidade do país para este dia. Oficialmente, as empresas não confirmam estas informações, que foram obtidas no balcão das companhias e com os passageiros pelo jornal O Globo.

No Aeroporto Internacional de Brasília, onde há longas filas e pelo menos 24 vôos foram cancelados nesta manhã, passageiros organizaram um apitaço. Foram distribuídos 100 apitos e 100 narizes de palhaço.

No Rio, o movimento também é intenso no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Segundo o telejornal RJTV, de 05h30m ao meio dia, 21 vôos estavam atrasados e cinco foram cancelados. Há diversos vôos sem previsão de decolagem. Em São Paulo, o saguão do Aeroporto de Congonhas está lotado. Em Cumbica, em Guarulhos, dois vôos já foram cancelados. Os atrasos nos pousos e decolagens são de uma hora e meia, em média. No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, até o fim desta manhã, 14 vôos foram cancelados e 13 estavam atrasados. Sete deles têm destino para São Paulo, Rio de Janeiro, Natal, Fortaleza e Santiago, no Chile. Os outros seis não chegarão nos horários previstos.

Segundo a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a média de espera é de duas horas. Depois dos problemas com os controladores nessa terça, em Brasília, as companhias aéreas ainda não conseguiram normalizar o atendimento. Um avião deixou de decolar por falta de tripulação, já que a equipe ficou presa em outros aeroportos do país.

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