| 06/12/2006 00h18min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou na noite desta terça-feira do ministro da Defesa, Waldir Pires, uma solução para a mais nova crise no espaço aéreo brasileiro. Lula se reuniu até às 22h15 com o ministro da Defesa, Waldir Pires, com o comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi. D
epois do encontro, o brigadeiro Bueno anunciou que foi restabelecido todo o controle de comunicações do Cindacta 1 e assim os vôos começaram a ser restabelecidos, de acordo com as prioridades das companhias aéreas. Lula determinou ainda que seja comprado equipamento igual ao de Brasília – e que sofreu uma pane na manhã desta terça-feira impedindo a comunicação entre a torre do Cindacta 1 e os aviões – para ser instalado no aeroporto de São Paulo. O objetivo, segundo Waldir Pires, é que esse segundo equipamento seja utilizado como alternativa, em caso de novo problema na capital federal.
Segundo o comandante da Aeronáutica, os vôos que foram cancelados continuam remarcados para essa quarta-feira. Bueno sugeriu que passageiros procurem as companhias aéreas para se informar.
– É verdade que há uma quantidade bem grande de vôos acumulados aqui em Brasília, de modo que haja algum retardo para alguns locais específicos. Mas está tudo restabelecido – disse Bueno.
– O presidente acabou de dar instruções peremptórias no sentido de que se tenham as condições de Brasília restauradas imediatamente e que se tenham as condições semelhantes no aeroporto de São Paulo, como alternativas permanentes e absolutamente seguras, para não permitir jamais que possa acontecer uma paralisação dos vôos como aconteceu. Os vôos estão sendo restabelecidos no momento e, amanhã, a situação estará normalizada – acrescentou Waldir Pires.
Os dois falaram à imprensa no Palácio do Planalto, logo depois do encontro com Lula.
– O equipamento falhou. Esse link acabou de ser restabelecido e acreditamos que não vai ocorrer outra paralisação. Foi uma falha no equipamento que nunca havia acontecido antes. Foi investigada e foi sanada a falha – disse Bueno, negando qualquer participação de funcionários no episódio.
Waldir Pires disse ainda que equipamento como o de Brasília deverá ser instalado, no futuro, em um ou dos aeroportos importantes do país, começando por São Paulo.
– A recomedação do presidente é de que tenhamos absoluta organização de pessoal e de equipamentos para que tenhamos um tráfego aéreo absolutamente normal – disse Waldir Pires.
A Anac cancelou todos os vôos noturnos dos aeroportos de Brasília, Congonhas e Confins, em Belo Horizonte. Foram mantidos apenas os vôos da ponte aérea Rio-São Paulo partindo e chegando em Congonhas. Para o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, nunca houve um dia como este na aviação brasileira
O Comando da Aeronáutica ainda não sabe as causas do problema, e abriu investigação para determinar o motivo do colapso. O comando quer saber se a paralisação foi provocada por problemas técnicos ou se teve alguma motivação humana. Os militares pediram auxílio à Polícia Federal para investigar a origem da falha, e a possibilidade de sabotagem foi levantada.
– Eu, como comandante do Cindacta 1, refuto os que insinuam que os controladores tenham feito isso (sabotagem). Eles são qualificados e leais, confio nos meus homens. Mas vamos abrir uma sindicância e, em 30 dias, saberemos as causas da pane, se foi falha externa (fora do sistema). Então, poderemos abrir um inquérito policial militar. Só então saberemos se minha hipótese, de falha, estará correta – disse o coronel Carlos Vuyk de Aquino.
Duas panes: uma pela manhã, outra à tarde
A primeira pane do dia, que durou 15 minutos, ocorreu pela manhã. No início da tarde, o problema se repetiu das 13h às 15h, e todos os aeroportos das duas regiões ficaram fechados para decolagens.
Durante as duas primeiras horas do início da tarde, somente decolaram nas duas regiões do Brasil os aviões que fazem a rota Rio-São Paulo e de São Paulo para o sul do Brasil. Os pousos das aeronaves que já estavam em vôo foram autorizados.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse apenas que "problemas técnicos paralisaram os vôos em Brasília e por conseqüência o resto do país". Mas não divulgou as causas da pane no sistema de comunicações nem o balanço com o impacto deste problema na aviação civil.
Os órgãos oficiais e os próprios controladores afirmaram que a ocorrência não teve relação com a operação-padrão dos controladores.
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