| 20/10/2006 21h19min
O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, admitiu que telefonou duas vezes para Jorge Lorenzetti no dia 15 de setembro, quando a Policia Federal prendeu os emissários do PT que negociavam a compra de um dossiê contra tucanos. Carvalho alegou que sempre teve ligações pessoais com Lorenzetti e, por isso, procurava informações sobre as prisões, depois de receber notícias desencontradas.
O chefe de gabinete confirmou ter feito duas chamadas a Lorenzetti no dia em que foram detidos Gedimar Passos e Valdebran Padilha, ligados ao PT, com valor em moeda local e dólares equivalente a 1,7 milhão de reais, em um hotel em São Paulo, onde seria concluída a compra do dossiê. Lorenzetti é ex-assessor de Análise e Risco da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.
– Estou tranqüilo porque liguei para me informar. Espero que um pedido de informação não se transforme em motivo para que se crie uma inverdade – declarou Carvalho.
Carvalho relatou que, na manhã do dia 15, uma pessoa da campanha, cujo nome ele preferiu não citar, recomendou que ele procurasse Lorenzetti porque algo grave havia ocorrido. Carvalho telefonou, então, para Lorenzetti por volta das 10h, do gabinete no Palácio do Planalto. Naquele momento, a única informação disponível era que pessoas ligadas à campanha eleitoral do PT haviam sido presas com uma quantia em dinheiro. Carvalho contou que Lorenzetti estava muito nervoso.
Carvalho disse ainda que não comentou nada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva depois do primeiro telefonema, ocorrido pela manhã, porque não tinha clareza dos fatos. Lula só foi informado por Carvalho do ocorrido perto do meio-dia. O chefe do gabinete pessoal do presidente voltou a ligar para Lorenzetti no final da tarde, quando obteve informações mais precisas.
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