| 30/08/2006 16h22min
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, as duas maiores organizações dos trabalhadores do país, protestaram hoje contra as demissões na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A empresa iniciou ontem um total de 1,8 mil demissões, enviando avisos pelo Correio, sem aguardar o resultado de assembléia na qual os trabalhadores decidiriam se aceitavam ou não negociar essas demissões.
Os funcionários que receberam as cartas deverão ser desligados em 21 de novembro, quando termina o período de estabilidade no emprego negociada em acordo coletivo.
Na semana passada, dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC reuniram-se diariamente para negociar com representantes da empresa, sem chegar a um acordo quanto à decisão anunciada de demitir 3,6 mil funcionários e renegociar cláusulas de horas extras e benefícios.
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique da Silva Santos, disse que a central se solidariza com os empregados da Volkswagwm.
– Entendemos que é uma luta não só dos metalúrgicos, mas de todos os trabalhadores, que devem se engajar em atos de solidariedade contra essa situação e essa posição irresponsável, do nosso ponto de vista, da Volkswagen – afirmou.
Em comunicado divulgado em seu portal na internet, a regional paulista da CUT repudia “veementemente a postura truculenta e autoritária” da empresa, e afirma que os totais de vendas internas de automóveis este ano e o crescimento dos lucros da empresa não justificariam o programa de demissões.
A Força Sindical também protestou. A central reúne trabalhadores do setor automobilístico, filiados do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e região.
– A Força Sindical repudia a decisão da Volkswagen – diz o comunicado da central à imprensa. A central considera a posição da empresa “inaceitável” e diz que “a montadora agiu com truculência”.
A Força Sindical encerra a nota defendendo que “é preciso buscar soluções. E isto só é possível através de negociações”. Ontem, após assembléia geral, os trabalhadores da fábrica de São Bernardo iniciaram greve por tempo indeterminado por conta das demissões.
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