Os funcionários da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) decidiram manter a greve por tempo indeterminado em assembléia realizada na manhã desta quarta. A paralisação foi iniciada na terça, após a empresa enviar 1,8 mil cartas de demissão aos trabalhadores. O documento informa que a demissão será efetuada em novembro, quando expira o acordo de estabilidade firmado com representantes da categoria.

Os funcionários entraram na fábrica, mas não estão exercendo suas funções.

Ao todo, a unidade de São Bernardo, a primeira da empresa no país, tem 12,4 mil funcionários, dos quais 8 mil diretamente ligados à fábrica e o restante à administração.

A Volkswagen expressou sua intenção de reduzir os direitos trabalhistas dos trabalhadores que lá permaneçam. Como medida extrema, a empresa propôs o fechamento da fábrica e a demissão de até 6.100 trabalhadores.

A empresa afirma que perdeu competitividade no Brasil por causa da revalorização do real, e que o plano de demissões faz parte de uma estratégia mundial de reestruturação.

Os líderes dos sindicatos disseram hoje que os trabalhadores permanecerão dentro da fábrica, de braços cruzados, e que as mobilizações serão mantidos pelas próximas horas com assembléias em cada troca turno para decidir os rumos do movimento.

AGÊNCIAS O GLOBO E EFE