| 14/08/2006 11h33min
O especialista em segurança e crime organizado e ex-secretário nacional Antidrogas, Walter Maierovitch, considerou “uma atitude terrorista” a proposta do Primeiro Comando da Capital (PCC) de condicionar a libertação de um jornalista à de um vídeo produzido pela própria organização.
O jornalista foi seqüestrado no último dia 12, em São Paulo, junto com um técnico de TV de sua equipe. Na madrugada de domingo, o técnico foi libertado e a organização impôs como condição para libertar o repórter a exibição de um vídeo, no qual fazia um manifesto contra o Regime Disciplinar Diferenciado, a forma mais rígida adotada principalmente em presídios de segurança máxima. O vídeo foi exibido na madrugada de ontem (13) e o repórter foi libertado nas primeiras hoje. De acordo com o especialista, a ação da organização criminosa pode ser comparada à maneira de atuação da organização terrorista Al-Qaeda, responsável pelos ataques do dia 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center, nos Estados Unidos.– O PCC é uma organização pré-mafiosa que difunde o medo e desprestigia o Estado em busca de vantagens –, afirmou Maierovitch. Segundo o especialista, quando o PCC divulga em rede nacional uma mensagem, muda de patamar e passa a ser uma representação, ou seja, atua como “a voz das massas carcerárias”.
– A Al-Qaeda fez isso no 11 de setembro – , afirmou em entrevista à Radio Nacional AM.
– Com essas ações, o PCC faz cadáveres de juizes, policiais, políticos e também vitimas anônimas. O PCC vem num crescer e esse patamar existiu numa coação irresistível feita no sentido de que um vídeo fosse exibido por uma emissora de TV. A gente assiste muitos movimentos terroristas usando a TV Al Jazeera para divulgar manifestos terroristas, principalmente os da Al-Qaeda –, comparou.
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