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 | 13/08/2006 21h04min

Auxiliar técnico da TV Globo conta como ocorreu seqüestro

Repórter da emissora continua desaparecido

O auxiliar técnico da TV Globo Alexandre Calado revelou neste domingo que ele e o repórter Guilherme Portanova ficaram a maior parte do tempo sentados no banco traseiro de um dos carros usados no seqüestro, parado no interior de uma garagem, num lugar que não soube identificar. Calado foi seqüestrado sábado de manhã por uma facção criminosa juntamente com Portanova, e libertado por volta das 23h do mesmo dia. O repórter continua desaparecido.

Em entrevista divulgada na noite deste domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, Calado deu detalhes de como foi o seqüestro. Ele disse ter ficado o tempo todo de olhos vendados ou sentado virado para uma parede.

Calado e Portanova foram seqüestrados quando chegaram à padaria perto da TV Globo para tomar café, antes de saírem para uma reportagem. Na saída, foram rendidos por dois homens e colocados no Vectra roubado. Para o auxiliar técnico, os bandidos não tinham um alvo específico.

– Eles levariam qualquer um de uma das equipes da TV Globo. Podia ser eu, podia ser qualquer um que estivesse lá na hora – disse Calado.

Nesta madrugada, um corpo carbonizado foi encontrado no bairro Jardim Boa Vista, zona sul da capital paulista, segundo a TV Globo. A polícia não descarta a hipótese de o corpo ser do jornalista. Porém, a identificação depende de um laudo pericial, que deve sair em uma semana. O cadáver foi encontrado dentro de um carro.

Por volta da meia-noite de hoje, a Rede Globo atendeu às exigências dos seqüestradores e exibiu, o vídeo que teria sido elaborado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Nas imagens, um homem aparecia encapuzado cobrando melhorias no sistema carcerário brasileiro. Os criminosos também ameaçaram matar Portanova caso o comunicado não fosse exibido.

A Polícia Militar divulgou o retrato falado dos três suspeitos de terem seqüestrado os funcionários da Globo. A principal linha de investigação da polícia é de que o PCC é o responsável pelo crime. Guilherme havia participado intensamente da cobertura da última onda de ataques do PCC, na segunda passada.

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