O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) das Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), revelou que o empresário Luiz Antonio Vedoin, da Planam, afirmou expressamente que não há envolvimento de um quarto senador no caso das fraudes. De acordo com o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), o senador teria conseguido a liberação de R$ 20 milhões em créditos extra-orçamentários.

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse que Vedoin teria afirmado não ter elementos para incriminar de quatro a seis parlamentares. O deputado, no entanto, não soube enumerar esses congressistas. Por sua vez, a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) observou que o depoente "foi muito sem critério nas afirmações". De acordo com Vanessa, em relação a alguns parlamentares, Vedoin demonstrou firmeza, e, quanto a outros, mostrou-se reticente.

Durante seu depoimento, o empresário detalhou o esquema das fraudes na compra de ambulâncias por meio de emendas ao Orçamento. Vedoin narrou reuniões com parlamentares nas quais se discutiam os valores e as emendas que deveriam ser apresentadas. Nas palavras de Vedoin, segundo Biscaia, a fraude seria uma estratégia de mercado.

O presidente da CPI declarou ainda que já há provas suficientes para responsabilizar um "elevado número de parlamentares". Mas ponderou que seu juízo de valor não é suficiente para incriminar os acusados.

Vedoin também confirmou hoje todas as acusações que fizera anteriormente, acrescentou o presidente da CPI. Biscaia disse ainda que o relatório da CPMI deverá ser apresentado na próxima semana, e a comissão vai sugerir alterações nos procedimentos relativos às emendas ao Orçamento.

AGÊNCIA CÂMARA