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 | 17/07/2006 10h07min

Negociadores da Rodada de Doha voltam a reunir-se

Diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, será o líder do encontro de hoje

Os responsáveis de Comércio das seis potências comerciais com maior poder de decisão nas negociações da Rodada de Doha voltarão a reunir-se hoje em Genebra para tentar desbloqueá-las, informaram fontes da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A reunião, prevista para o fim da tarde e que se prolongará até amanhã, terá a participação dos responsáveis de comércio do chamado G6. Esse grupo é formado por União Européia (UE), Estados Unidos, Japão (em representação do G10, integrado por importadores de alimentos), Brasil e Índia (como interlocutores do G20, uma coalizão de países em desenvolvimento).

O objetivo é tentar aproximar posições sobre quanto e como cada um deve liberar seus mercados agrícolas e industriais, os dois aspectos que mantêm as negociações bloqueadas há meses.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, será o líder da reunião, convocada depois de ele ter conversado em São Petersburgo com os chefes de Estado e de governo das principais partes, aproveitando sua participação na cúpula do G8 – os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia – realizada nessa cidade e à qual também estavam convidados os líderes do G5 (México, Brasil, Índia, África do Sul e China).

A Rodada de Doha, lançada em 2001 com o objetivo de que fosse encerrada no final de 2004, visa a um acordo dos 149 membros da OMC para um avanço substancial na liberalização do comércio mundial, com o propósito de facilitar o intercâmbio comercial dos países menos desenvolvidos. No entanto, os países têm grandes dificuldades para alcançar um acordo, especialmente com relação à abertura dos mercados agrícolas, tradicionalmente muito protegidos nos países mais desenvolvidos por meio de subvenções internas (sobretudo nos EUA) e de tarifas à importação (mais elevadas na UE).

Embora nos últimos meses os membros da OMC tenham intensificado fortemente as negociações para tentar alcançar acordos em matéria agrícola e industrial que permitam desbloquear o processo e fechar a rodada no final deste ano, até o momento não houve avanços substanciais. Frente a essa estagnação e às conseqüências negativas de um fracasso da rodada, os participantes da cúpula do G8 concordaram em dar um mês de prazo a seus negociadores para se chegar a algum acordo.

Em declaração conjunta, o G8 também pede um "esforço organizado" de todos os membros "de acordo com seu nível de desenvolvimento" e trabalhar "com a maior urgência" para conseguir um avanço.

AGÊNCIA EFE
 

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