| 26/06/2006 12h43min
Advogados da empresa de logística VarigLog aguardam a decisão do juiz responsável pela recuperação judicial da Varig, Luiz Roberto Ayoub, se aceita ou não a proposta de compra da companhia por sua ex-subsidiária para realizar a injeção de US$ 20 milhões na aérea.
Os advogados estão no Tribunal de Justiça do Rio reunidos com juízes que acompanham o caso. Apesar de uma fonte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ter afirmado ontem que a VarigLog já teria depositado o adiantamento de US$ 20 milhões pela compra da Varig, a assessoria da empresa de logística afirmou que o dinheiro só será pago depois da aprovação formal da proposta, em torno de US$ 500 milhões.
A VarigLog informou que está disposta a injetar o dinheiro para garantir as operações da Varig por alguns dias, até mesmo se o juiz decidir convocar um novo leilão. Nesse caso, solicitaria uma garantia de que o dinheiro será devolvido caso outra empresa vença o leilão.
As negociações para tentar salvar a companhia, que acumula dívidas de cerca de US$ 3 bilhões, avançam lentamente em meio a uma crise sem precedentes que obrigou a companhia aérea a cancelar a maioria de seus vôos. Apenas entre a meia-noite de domingo e as primeiras horas de hoje a Varig tinha cancelado 67 dos 117 vôos que estavam previstos (58 de 97 domésticos e nove de 20 internacionais), segundo números da Infraero. Os cancelamentos representaram nos últimos cinco dias mais de 50% dos vôos programados.
Neste período, a Varig, sem dinheiro em caixa, se esforçou para permanecer no ar, apesar de precisar de recursos para manter seus aviões, pagar taxas aeroportuárias e combustível e reajustar o salário de seus empregados.
A proposta da VarigLog inclui as licenças, as operações e o nome da Varig, já que quase todos os aviões são alugados e, pelo modelo de venda determinado por Ayoub, a dívida será assumida por uma terceira empresa.
A Volo do Brasil, consórcio que comprou a VarigLog no fim de 2005 por US$ 48 milhões, é formado pelos brasileiros Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo e pelo fundo de investimentos americano Matlin Patterson, que tem como sócio o investidor Lap Chan. O grupo já havia feito outras propostas pela Varig. Uma no ano passado, de US$ 500 milhões, e outra este ano, antes do leilão. Primeiro a empresa fez uma oferta de US$ 350 milhões e depois de US$ 400 milhões, mas acabou desistindo alegando morosidade no processo.
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