O Diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, descartou hoje qualquer reajuste do preço do gás natural comprado da Bolívia pelo Brasil. Atualmente, o produto é adquirido por uma média de preço de US$ 5,6 por milhão de BTU (unidade de medida britânica), considerando uma tarifa de transporte em torno de US$ 1,70 por milhão de BTU.

Este valor, de acordo com Sauer, chegaria ao consumidor residencial em torno de US$ 30 a US$ 50, incluindo os gastos de distribuição. Para as indústrias, o preço ficaria entre US$ 7,50 e US$ 30. Já o consumidor do gás natural veicular (GNV) pagaria algo entre US$ 7,50 e US$ 10, segundo um levantamento apresentado pelo professor Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe/UFRJ.

– Para o consumidor de pequenos volumes, o gás natural já não é competitivo quando se acrescenta o custo de distribuição – disse o diretor da Petrobras, que se reunirá nesta segunda-feira com empresários da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Questionado se a Petrobras aceitaria reajustar o preço do gás natural nas negociações com a Bolívia, Sauer disse que sequer considera a hipótese. A cada US$ 1 a mais sobre o valor do produto, a Bolívia arrecadaria mais US$ 300 milhões, segundo seu vice-presidente, Alvaro Linera.

– No meu entendimento, não temos que reajustar o gás. Se eles ganharem no mecanismo arbitral, tudo bem. Mas dificilmente isso vai aconteder – afirmou.

AGÊNCIA O GLOBO