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 | 03/05/2006 16h29min

Petrobras vai rejeitar aumento do gás boliviano

Companhia garante que Brasil não sofrerá "apagão do gás"

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou hoje que a companhia brasileira vai recorrer a qualquer mudança nos contratos de fornecimento de gás com a Bolívia no que diz respeito aos preços. Gabrielli também ressaltou que não há risco de um "apagão do gás", pois o abastecimento de cerca de 30 milhões de metros cúbicos diários para os consumidores brasileiros está garantido contratualmente.

– No âmbito do contrato vamos resistir e rejeitar aumento de preços - afirmou o executivo, em entrevista coletiva na sede da estatal.

Além das questões legais que envolvem os acordos com a petrolífera boliviana YPFB, Gabrielli disse que a Bolívia não tem interesse em desabastecer o Brasil pois quer aumentar a sua receita e sua participação no gás explorado no país e, para isso, precisa garantir a venda do produto para o mercado brasileiro. Segundo Gabrielli, a Petrobras confirma que cumprirá os seus contratos com as distribuidoras regionais, garantindo os preços e o abastecimento no Brasil.

Gabrielli também anunciou a desistência da Petrobras de participar da expansão em andamento do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Ele disse que a empresa vai retirar a oferta feita para a ampliação em 15 milhões de metros cúbicos do Gasbol e disse que a estatal vai encontrar outras fontes para atender o aumento da demanda por gás natural.

Com relação à parte do decreto anunciado por Morales que nacionaliza 51% das ações das refinarias instaladas no país, Gabrielli disse que as próprias leis bolivianas garantem a indenização e a ampla defesa das empresas estrangeiras que investiram no país. Para ele, nos próximos seis meses, todos os detalhes desse termo serão negociados, mas garantiu que a Petrobras vai recorrer para que a companhia e o Brasil não sejam prejudicados.

– A garantia que a Petrobras tem são as leis e os regulamentos – disse Gabrielli.

O presidente da Petrobras também salientou que a empresa não foi pega de surpresa pela nacionalização dos hidrocarbonetos, pois as negociações já estavam em andamento.

– Fomos surpreendidos somente pela forma do decreto – conclui Gabrielli ao se referir à tomada das refinarias e postos pelo exército boliviano.

Gabrielli ressaltou, em diversos momentos da entrevista, que todos os investimentos que a Petrobras possui foram firmados anteriormente ao governo Lula. Segundo ele, a presença da companhia brasileira no país vizinho vem desde 1996, e o atual governo somente realizou a manutenção dos acordos e contratos existentes.

 

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