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 | 03/05/2006 13h10min

Petrobras estuda importação emergencial de gás natural líquido

País pode chegar a 2010 com o déficit de 15 milhões de metros cúbicos por dia

O diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cervero, admitiu que a estatal já estuda a possibilidade de construção de três fábricas (provavelmente uma no Rio e duas no Nordeste), preparando-se para a possível emergência de ter que importar Gás Natural Líquido (GNL). Caso o consumo continue crescendo nos níveis atuais, estudos já divulgados pela Petrobras indicam que o país pode chegar a 2010 com o déficit no fornecimento de gás natural da ordem de 15 milhões de metros cúbicos por dia.

Pelas estimativas da estatal, o país terá condições de chegar a 2010 ofertando cerca de 100 milhões de metros cúbicos por dia, dos quais 70 milhões provenientes de campos próprios. No entanto, o consumo em situações adversas é estimado em torno dos 115 milhões de metros cúbicos dia.

– É preciso ressaltar, porém, que isto só acontecerá em casos extremos. Com as nossas hidrelétricas fornecendo abaixo da sua capacidade em conseqüência da escassez dos reservatórios nacionais e com as usinas termelétricas, em conseqüência, também demandando gás natural – ressalta.

Para ele, o país não pode continuar incentivando o consumo de gás natural, por não ter condições de atender à demanda crescente.

– Se o país continuar incentivando o consumo do gás, o déficit do produto vai ser muito grande em um futuro próximo. Não é possível que o consumo continue crescendo nas taxas atuais. O mercado não pode ficar como está porque o país não agüenta. E preciso equilibrar preços de forma a reduzir incentivos. Agora, é preciso deixar claro que não podemos fazer nada a não ser alertar o governo. Não nos compete regular o mercado, definir preços – afirmou Cervero.

A entrevista coletiva foi dada durante almoço do qual participou toda a diretoria da Petrobras, inclusive o presidente da estatal, Jose Sérgio Gabrielli. Logo depois que os dois diretores se manifestaram, Gabrielli foi informado do decreto do presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizando as reservas de hidrocarbonetos daquele país.

O Brasil importa atualmente cerca de 50% do gás que consome – em torno de 24 milhões de metros cúbicos por dia, para um consumo de cerca de 45 milhões de metros cúbicos dia.

AGÊNCIA BRASIL
 

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