| 02/05/2006 12h02min
A diretoria técnica e financeira da Sulgás, no Rio Grande do Sul, reuniram-se nesta manhã para avaliar o texto do decreto do governo boliviano que nacionaliza a exploração do gás natural e do petróleo. Após o encontro, a avaliação será encaminhada a Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. O presidente da empresa, Edvilson Brum, ressalta que, momentaneamente, não há preocupação com desabastecimento já que a empresa ainda não foi tomada pelos militares.
– Nós queremos acalmar o mercado nesse sentido tendo em vista que os técnicos da Petrobras estão operando normalmente na Bolívia, e o gás está vindo de forma normal para o Rio Grande do Sul. Na verdade, mais de 80% do gás utilizado aqui no Rio Grande do Sul é proveniente da Bolívia – comentou.
Brum projeta mudanças neste cenário de impasse ainda hoje. Após a reunião da diretoria, a avaliação será encaminhada para a Secretaria de Minas e Energia do Estado. O presidente da Sulgás afirma, no entanto, que é impossível prever a reação do mercado em relação ao preço do gás.
– Essa é uma questão que no momento seria muito imprevisível – disse.
Para o economista e professor da UFRGS, Marcelo Portugal, uma eventual suspensão do abastecimento de gás para o Brasil é improvável porque há intenção do governo boliviano em manter a comercialização. O professor projeta, no entanto, um reflexo direto no preço do gás para o consumidor.
– Provavelmente, o que vai acontecer é uma elevação no preço do gás, com impacto para indústria e para o consumidor final – disse.
Alfredo Meneghetti, economista e professor da PUC, também aposta em alta no preço do gás, devido à dependência brasileira em relação ao gás boliviano.
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