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 | 13/04/2006 23h40min

EUA vetam declaração do Conselho contra ataques de Israel

Texto pedia fim de assassinatos seletivos de palestinos no Oriente Médio

Os Estados Unidos impediram hoje a adoção pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de uma declaração presidencial exigindo que Israel detenha suas atividades militares nos territórios palestinos ocupados. Mais uma vez, os EUA bloquearam a adoção de uma declaração presidencial contra as atividades militares israelenses contra a população civil palestina. O texto rejeitado exigiria também o fim dos assassinatos seletivos, por serem contrários ao direito internacional.

Foram dois dias de discussões sobre o projeto de declaração e de numerosas modificações no texto para deixá-lo mais leve. Washington, porém, não deu o sinal verde, apesar da aprovação dos outros 14 membros do Conselho de Segurança. Para uma declaração presidencial, os 15 membros do Conselho devem estar de acordo. No caso de uma resolução, bastam nove votos favoráveis, desde que nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Reino Unido, França, China e Rússia) vete a proposta.

O embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, disse ao fim da reunião a portas fechadas que o a decisão foi correta. Para ele, o texto "não era justo nem equilibrado", contrariando a política americana. Ele também criticou a linguagem, "desproporcionalmente crítica a Israel".

O Conselho de Segurança convocou uma reunião aberta para segunda-feira. Em pauta, a situação do Oriente Médio, após a intensificação da escalada da violência e as ações militares israelenses. Qualquer membro da ONU poderá participar do debate. Bolton, porém, não acredita que a reunião seja produtiva.

O representante da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na ONU, Riyad Mansour, lamentou que um só país tenha impedido a aprovação da declaração, enquanto o resto dos membros do Conselho mostrava "flexibilidade, acomodação e entendimento". Mansour criticou também o representante americano por chamar a reunião de segunda-feira de "terapia de grupo". Para ele, será uma forma de demonstrar ao mundo que "uma arrasadora maioria dos membros da ONU apóiam a justiça e o fim imediato das ações de Israel".

AGÊNCIA EFE
 

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