| 10/05/2002 08h04min
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) liberará na próxima segunda-feira, dia 13, verba emergencial de US$ 700 milhões para a Argentina, anunciou ontem Enrique Iglesias, presidente da instituição. Os recursos, de créditos já aprovados para projetos de longo prazo, serão antecipados devido à crise social no país e aplicados em saúde, nutrição e educação. Opresidente do BID reafirmou que o desembolso de novos recursos está condicionado a um acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
– O apoio que a Argentina necessita agora tem de estar ligado a uma política de saneamento financeiro – disse ele.
Iglesias afirmou ainda que o BID estuda, a pedido do governo brasileiro, uma linha de crédito para cobertura de operações de comércio exterior garantidas com base no Convênio de Crédito Recíproco (CCR), que abrange os países da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). A idéia é restaurar as relações comerciais entre Brasil e Argentina, prejudicadas pelo não-pagamento das dívidas de importadores argentinos a exportadores brasileiros.
Com a participação do BID, os limites de cobertura de risco seriam ampliados. Hoje, os bancos centrais só cobrem operações até US$ 100 mil em prazos inferiores a um ano. O Senado argentino aprovou na madrugada de ontem a revogação da Lei de Subversão Econômica, apesar de existir acordo político, entre o governo e os blocos de sustentação ao presidente Eduardo Duhalde, para apenas modificá-la. A decisão abre novas fissuras na aliança de apoio ao governo, formada pelo Partido Justicialista (PJ), pela União Cívica Radical (UCR) e pela Frepaso (centro-esquerda).
A revogação da lei – que permite o indiciamento criminal de empresários em casos de irregularidades financeiras – foi feita por exigência do FMI para conceder ajuda ao país. O projeto, aprovado por 32 votos a 30, passa agora à Câmara de Deputados. O PJ (peronista) tem maioria no Senado, mas minoria na Câmara de Deputados. O FMI exige o fim da lei que aperta o cerco contra banqueiros e empresários suspeitos de lavagem de dinheiro e fuga de capitais, sob alegação de que afugenta os investidores internacionais. O governo já estourou a meta para a emissão de moeda neste ano, imprimindo 4,5 bilhões de pesos.
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