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A participação dos bancos na troca dos depósitos por bônus é a nova estratégia do governo argentino para tentar desarmar a armadilha do corralito – a restrição à movimentação e aos saques bancários. Nesta terça-feira, dia 7, o presidente Eduardo Duhalde prometeu para dentro de quatro meses o fim do corralito. O novo ministro da Economia, Roberto Lavagna, reuniu-se nesta terça com os banqueiros para tentar acertar as regras da nova modalidade de Plano Bonex. A expectativa é de que o anúncio seja feito nesta quarta ou quinta-feira.
Em 1990, no início do governo Menem, os depósitos em prazo fixo – a mais usual aplicação na Argentina – que excedessem, em austrais, valor equivalente a pouco menos de US$ 1 mil foram transformados em bônus resgatáveis em 10 anos. Agora, o governo Duhalde está sendo obrigado a adotar a mesma solução porque os bancos já não têm os recursos correspondentes aos depósitos dos clientes. Em quatro meses, prometeu Duhalde, os correntistas poderão dispor da
totalidade dos
depósitos à vista.
A explicação para o misterioso desaparecimento do dinheiro dos depósitos começa há 10 anos, com o prolongamento artificial da paridade cambial – um peso valeu um dólar desde 1991 até o início de 2002 – e vai até a desvalorização, enfim adotada no governo de Eduardo Duhalde.
A maior contribuição para o sumiço do dinheiro dos correntistas, porém, deve ser atribuída ao próprio governo, afirma o economista Gustavo Segré, diretor do CenterGroup e operador financeiro na época do primeiro Bonex. As aplicações compulsórias em títulos públicos entre 1995 e 1996, para financiar os constantes déficits do governo (despesa maior do que a receita) explicam boa parte da situação atual. Conforme Segré, dos 60 bilhões de pesos que estão presos no corralito, quase 80% foram desviados para tapar o rombo orçamentário.
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