O presidente argentino, Eduardo Duhalde, confirmou nesta quarta-feira, dia 8, que o governo pediu crédito a países latino-americanos, inclusive o Brasil, para pagar juros de dívidas com organismos internacionais com vencimento em maio. Apesar de declarações de autoridades argentinas garantindo que o Brasil estaria empenhado em ajudar financeiramente, o governo brasileiro afirma desconhecer movimentações nesse sentido. Segundo assessores, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, sequer foi consultado por algum representante argentino.

O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, afirmou que o governo brasileiro tem se empenhado a fim de convencer a comunidade financeira internacional de que a Argentina não conseguirá fazer rapidamente todas as mudanças que a economia local necessita. Caramuru disse que o Brasil tem procurado ajudar o parceiro do Mercosul com iniciativas que possam reforçar o comércio internacional argentino. Para socorrer o vizinho, o governo teria de pedir autorização para o Congresso Nacional.

Na próxima semana, a Argentina tem vencimentos ao redor de US$ 900 milhões para o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (Bird) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).  O ministro da Economia, Roberto Lavagna, disse que o governo está empenhado em concluir até junho um acordo com o FMI, mas fonte do ministério admitiu ao jornal La Nación que o socorro pode chegar em setembro. O FMI tem reiterado a necessidade do cumprimento de requisitos legais, políticos e fiscais que tragam de volta a previsibilidade da economia antes de a Argentina recuperar a confiança do mundo financeiro.

Duhalde também negou que a vice-diretora gerente do FMI, Anne Krueger, tenha preparado um plano econômico alternativo para o país. Francisco Baker, porta-voz do Fundo, também negou a informação.