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 | 08/03/2006 17h43min

Diretor-geral da OMC vê momento decisivo para Rodada de Doha

Negociações em torno de questões comerciais foram abertas em 2001

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, afirmou hoje em Madri que as negociações sobre a Rodada de Doha se encontram num momento decisivo. Ele lembrou que nas próximas semanas representantes da União Européia, Estados Unidos e G-20 se reunirão para tentar acertar posições.

Esta rodada de negociações começou em 2001 na capital do Catar, com o objetivo de aprofundar os intercâmbios comerciais globais em agricultura, bens industriais e serviços, entre outros. Os países em desenvolvimento deveriam ser os principais beneficiários, e as negociações deveriam terminar no fim deste ano.

Entre os principais empecilhos para a negociação neste momento estão a agricultura e a redução de tarifas para bens industriais. Segundo Lamy, que se encontra em Madri para participar de um encontro econômico, os três vértices (UE, EUA e G-20) terão que trabalhar muito para concluir a negociação, o que, segundo disse, "é possível".

Assim, na sua opinião, a UE terá que avançar sobretudo em sua postura agrícola. Mas reconheceu que as reformas da Política Agrária Comum (PAC) dão certa margem para aceitar a oferta apresentada. No entanto, os EUA não fizeram reformas. Por isso, segundo Lamy, terão que dar um passo à frente na redução dos subsídios à agricultura.

Neste sentido, o diretor-geral da OMC afirmou que é preciso fazer mais do que apenas melhorar a abertura do comércio norte-sul. Ele chamou a atenção para as possibilidades comerciais sul-sul, que, segundo disse, em alguns anos "vai ser uma parte muito dinâmica do comércio".

Lamy se mostrou "convencido" de que a abertura do mercado pode ajudar no desenvolvimento e por isso "deve haver um equilíbrio comercial" que permita impulsioná-lo. Para isso, advertiu, esta abertura deve vir acompanhada de políticas que garantam o cumprimento dos acordos alcançados na OMC para "gerar riqueza e reduzir a pobreza".

Quanto à reunião de Londres, que será realizada este fim de semana, Lamy lembrou que "não vai decidir nada em nome de ninguém", já que as decisões da OMC dependem de consenso de seus 150 membros.

O objetivo destas reuniões paralelas, explicou, é ajustar posições para encontrar equilíbrio na negociação final. No contexto da Rodada de Doha, o próximo passo será estabelecer, antes de abril, as fórmulas ou modalidades de negociação para a liberalização na agricultura e nos produtos industriais (Nama), estipulados na última conferência ministerial, em Hong Kong.

Lamy reconheceu que a reunião de Hong Kong teve um "sucesso modesto" mas, na sua opinião, "foi um passo muito importante" para avançar rumo ao acordo.

AGÊNCIA EFE
 

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