O Hamas rejeitou a decisão do governo israelense de impor um bloqueio econômico à Autoridade Nacional Palestina (ANP). A afirmação é do porta-voz do movimento islâmico na Faixa de Gaza, Sami Abu Zuhri.

A decisão do governo israelense de suspender a transferência à ANP dos fundos que Israel arrecada como agente de retenção de impostos "é equivocada", disse Abu Zuhri. Segundo o porta-voz, o bloqueio "nunca afetará a determinação do movimento Hamas de continuar com o que faz".

Abu Zuhri afirmou que se trata de uma medida para pôr um obstáculo ao governo do Hamas que, no entanto, está "armado com a determinação do povo, e do mundo árabe e islâmico".

O movimento islâmico tomará todas as medidas possíveis para evitar as sanções econômicas e de segurança que Israel impôs aos palestinos, explicou Abu Zuhri.

– Buscaremos ajuda econômica árabe e islâmica para nosso povo e empregaremos a tecnologia para que os deputados e ministros que não podem viajar entre Gaza e Cisjordânia possam comunicar-se – disse.

Além disso, chamou à "comunidade internacional a frear as medidas opressivas que Israel exerce sobre os palestinos, em vez de culpar o povo".

O governo israelense decidiu que com a incorporação, ontem, do Hamas ao Parlamento, a ANP se transformou em "uma entidade terrorista", segundo as palavras pronunciadas pelo primeiro-ministro interino, Ehud Olmert, levando à suspensão da transferência do dinheiro.

Ismail Haniyeh confirmou que foi indicado pelo Hamas para ocupar o posto de primeiro-ministro, uma nomeação que será informada ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, durante sua viagem a Gaza.

Segundo fontes palestinas em Gaza, Haniyeh goza de ampla popularidade dentro e fora do movimento islâmico. Em meio aos palestinos tem a reputação de ser uma pessoa equânime e promotora da unidade.

Haniyeh, de 43 anos, é considerado próximo ao xeque Ahmed Yassin, fundador do movimento islâmico e morto por Israel, e faz parte de um grupo de jovens dirigentes políticos do Hamas que se destacaram durante seus anos de estudante.

AGÊNCIA EFE