| 17/01/2006 18h08min
Marcus Valerius Macedo, advogado que prestou serviços à empresa de transporte aéreo Skymaster, está correndo o risco de ser preso por sugestão do sub-relator de Contratos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). Ao prestar depoimento na sub-relatoria, Macedo estaria exagerando na ironia e desrespeitando alguns parlamentares.
A decisão em torno da possível prisão do depoente, agora, depende do posicionamento do presidente da CPI, Delcidio Amaral, que já foi comunicado sobre o fato.
Esse é o primeiro pedido de prisão analisado pela comissão. A reunião foi suspensa em seguida para que o sub-relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), levasse o requerimento ao presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS).
Ao inquirir o depoente, Geraldo Thadeu sugeriu quebrar o sigilo bancário, fiscal e telefônico da família dele. Marcus Valerius respondeu com ironia:
– E da mãe?
O parlamentar julgou a resposta ofensiva, o que justificaria a prisão em flagrante por desacato.
Cardozo já havia ameaçado antes prender o advogado pelas respostas evasivas e mentiras no depoimento. Marcus Valerius, que trabalhou para a empresa aérea Skymaster, acusada de irregularidades em licitação do correio aéreo noturno, não quis responder aos parlamentares o destino de R$ 1,036 milhão sacado em espécie das contas da firma, entre fevereiro de 2000 e julho de 2001. A CPI suspeita que a quantia tenha sido utilizada para pagamento de propinas nos Correios.
O advogado disse apenas presumir que o dinheiro tenha servido para pagamento de leasing (arrendamento) de aeronaves para a Skymaster. Segundo Marcus Valerius, as retiradas foram efetuadas pelo segurança Francisco Carioca, a pedido do sócio da Skymaster João Marcos Pozzetti.
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