Mais de 3,6 milhões de bolivianos irão eleger o chefe de seu Estado neste domingo, e ainda não foi registrado nenhum caso de violência. O clima de tranqüilidade no qual trancorrem as eleições na Bolívia é o mesmo entre os candidatos, que embora confiantes, não trocaram ofensas.

O atual presidente Eduardo Rodríguez e o candidato pela Unidade Nacional (UN), Samuel Doria Medina, terceiro nas pesquisas de intenção de voto para as eleições gerais, votaram pela manhã, em La Paz.

Rodríguez, que votou em um colégio do bairro de San Jorge, perto da residência presidencial, pediu que os vencedores preservassem o sistema democrático e que os bolivianos votem de forma harmônica e pacífica.

– Esperamos que os que forem escolhidos correspondam às expectativas do povo, dos que se esforçaram para levar adiante as eleições e dos cidadãos que votaram com boa fé e vontade. Eles (os ganhadores) nos devem dar um horizonte de governabilidade e, sobretudo, os melhores dias e em paz – ressaltou.

Já o líder do Movimento ao Socialismo (MAS) e favorito no pleito, Evo Morales, votou em Chapare, no centro do país, onde tem maior respaldo.

– Aqui o triunfo é certo pela consciência do povo e dos meus companheiros de base. Aqui vamos ganhar com mais de 90%, assim como na minha terra – afirmou o líder indígena, referindo-se a sua cidade-natal, Orinoca, um pequeno povoado do planalto boliviano, ao sul de La Paz.

O próspero empresário e cabeça da lista da Unidade Nacional, Samuel Doria Medina, votou em uma escola perto de sua residência, na zona residencial de Calacoto, no sul da cidade. Após votar, o candidato da UN disse que o que acontecer com o resultado da votação dependerá de Deus e do povo.

– Fiz o que tinha que fazer, sem insultar ninguém e colocando minha proposta de Governo ao país – disse sem se arriscar a prever um resultado.

Mais de 3,6 milhões de bolivianos elegerão hoje o presidente, o vice-presidente, 130 deputados, 27 senadores e, pela primeira vez, governadores regionais dos nove departamentos do país.