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 | 17/12/2005 19h01min

Presidente boliviano diz que democracia no país seguirá em teste

Eduardo Rodríguez afirmou que a Bolívia é complexa em diferentes âmbitos

O presidente da Bolívia, Eduardo Rodríguez, afirmou neste sábado que a democracia no país, desrespeitada várias vezes nos últimos anos, continuará sendo testada após as eleições gerais deste domingo. Em um encontro com a imprensa estrangeira no Palácio de Governo de La Paz, o governante admitiu que a Bolívia é um país complexo em diferentes âmbitos onde há posições antagônicas.

– São esses balanços, contrapesos, a alternância e outras virtudes da democracia que nos permitirão construir um país mais igualitário – declarou Rodríguez.

Quando o presidente transferir o poder em 22 de janeiro, seu sucessor será o quarto presidente boliviano em apenas três anos. Gonzalo Sánchez de Lozada, em 2003, e Carlos Mesa, em junho, renunciaram por causa da convulsão social, o que levou Rodríguez a assumir o poder de forma transitória com a obrigação de convocar eleições antecipadas.

– Colocamos a democracia à prova e ela continuará sendo testada após as eleições – admitiu o governante, ao fazer balanço de sua gestão de seis meses e da atual conjuntura no país.

O chefe de Estado também minimizou o impacto do alerta que os Estados Unidos fizeram aos americanos que residem na Bolívia, assim como das declarações de apoio ao candidato socialista Evo Morales por um diplomata venezuelano e pelos sinais de simpatia dados pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em relação a esse líder político.

– Nenhuma das três declarações afeta a oportunidade que os bolivianos têm de concorrer livre e espontaneamente às urnas – ressaltou o governante.

O presidente evitou fazer comentários sobre os candidatos da votação de amanhã. Segundo as pesquisas, o favorito para ganhar as eleições é o líder indígena Evo Morales, com 34,2% dos votos, seguido pelo conservador Jorge Quiroga, com 29,2%, e o centrista Samuel Doria Medina, com 8,9%.

Rodríguez se comprometeu também a dirigir eleições livres e transparentes e agradeceu o trabalho da Corte Nacional Eleitoral, que, segundo ele, soube responder ao desafio de organizar a votação com muita eficiência, apesar de ter feito isso em um período breve.

AGÊNCIA EFE

 

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