Arquitetura | 16/05/2011 06h14min
Enquanto ideias visionárias como plantações em prédios de 30 andares não são colocadas em prática, soluções menos imponentes ajudam a consolidar a ideia de que os grandes centros também têm de produzir o alimento necessário para o consumo de seus moradores. A agricultura urbana se vale do solo fértil - rico em resíduos - de terrenos baldios e espaços desocupados das cidades para o cultivo de hortaliças e frutas.
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Conforme o professor de agroecologia na Escola Superior de Agronomia da USP Carlos Armênio Khatounian, esses produtos são mais perecíveis e difíceis de transportar por grandes distâncias. Além disso, precisam ser consumidos frescos e têm valor agregado elevado, o que acaba compensando o uso de uma área urbana para o plantio. Cabe ao poder público incentivar esse tipo de produção.
Khatounian cita o exemplo de Piracicaba - município com mais de 300 mil moradores no interior paulista - onde a prefeitura oferece isenção parcial de impostos para áreas ocupadas por hortaliças. A cidade tem mais de 70 hortas urbanas, o que a tornou autossuficiente em hortaliças folhosas, como alface e couve.
O plantio para o consumo individual, como no caso das fazendas de janela, em que as pessoas produzem alimentos nas aberturas dos apartamentos, e os jardins em sacadas também são alternativas conscientes à produção agrícola tradicional. Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, Márcio Rosa D'Avila acredita que as pequenas práticas são a semente para o debate sobre uma produção em maior escala dentro das cidades.
- A questão das fazendas verticais está relacionada ao conceito de como o homem se relaciona com o ambiente. Já temos discussões sobre o cultivo de alimentos em telhados verdes - completa D'Avila.
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