| 09/02/2011 10h16min
Com o apelo vindo dos canteiros de obras, onde a demanda exige ritmo cada vez mais acelerado, a construção civil caminha na direção da industrialização. Para isso, começa a utilizar em maior escala ferramentas como as estruturas pré-moldadas, que também são uma alternativa para a carência de profissionais no setor.
Se o avanço dos pré-moldados já é uma realidade – houve um incremento de 100% desde 2006 –, o espaço a ser explorado ainda é grande. Vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) e proprietário da Preconcretos Engenharia, José Paulo Grings cita um exemplo desse potencial: na Finlândia, 45% do consumo de cimento vai para o pré-fabricado. No Brasil, são apenas 4,5%.
Pilares, vigas e lajes pré-fabricadas já vêm sendo utilizados com frequência em obras de indústrias, mas ainda têm participação tímida nos empreendimentos residenciais. Realidade que começa a ser revertida no Estado. A Rossi implantou em Canoas, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, uma central de montagens – que funciona a pleno vapor há cerca de dois meses –, onde produz do alicerce às paredes em projetos residenciais. Por enquanto, os pré-moldados têm como foco os empreendimentos do segmento econômico, que exigem uma produção em ritmo mais acelerado e em volumes maiores.
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A iniciativa permite erguer a estrutura de um prédio de quatro andares em 20 dias – em uma obra normal, levaria cerca de seis meses –, diz Gustavo Kosnitzer, diretor da Regional Sul da Rossi:
– Ganhamos em prazo, em tecnologia e em qualidade. É parte natural do desenvolvimento do setor.
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Grings avalia que a industrialização não representa ameaça aos empregos da construção civil:
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– Tira um pouco essa coisa de rotatividade da construção, e forma uma equipe mais especializada.
João Henrique Freitas Andrade, gerente da unidade gaúcha da Cassol Pré-Fabricados, destaca outro segmento importante no mercado de pré-moldados: os estacionamentos verticais. A empresa construiu recentemente um edifício-garagem da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), em Porto Alegre. Em quatro meses, a estrutura de quatro andares e 3 mil metros quadrados estava de pé.
– O pré-fabricado garante ao investidor um rápido fechamento da obra – observa Andrade.
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O engenheiro José Ascânio Vilaverde Moura, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul(CREA-RS), ajuda a esclarecer dúvidas sobre a utilização de pré-moldados na construção:
Que materiais costumam ser usados na fabricação de pré-moldados?
Areia, brita, cimento e ferro, são os principais componentes quando se fala em pré-moldado de concreto armado.
Todas as partes de uma construção podem ser pré-moldadas?
Dependendo de uma obra, pode ter a fundação, os pilares, as vigas, as lajes e a alvenaria (a parede).
Uma peça pré-moldada é segura?
Muito segura. Tanto a maneira tradicional quanto a peça pré-moldada são seguras, desde que executadas dentro das regras. O pré-moldado exige mão de obra mais especiliazada e um controle tecnológico maior.
A parede feita com uma base pré-moldada é mais frágil que uma construída da maneira tradicional? Corro algum risco?
Se construída dentro das normas, não tem problema. O sistema de concreto pré-armado, inclusive, é mais resistente a impactos.
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O fato de se permitir a construção de uma maneira muita rápida compromete a segurança de alguma forma?
Não se estiver dentro das normas. Hoje, já é um sistema consagrado, utilizado em diversos países para suprir a carência de mão de obra.
Qual o principal benefício da utilização de pré-moldados na construção civil?
O primeiro é que utilizando o pré-moldado, a obra tem menos resíduos. O segundo benefício é a rapidez na execução. Além disso, o pré-moldado tem uma uniformidade melhor no conjunto da obra. Diminui a possibilidade de erros em termos de execução.
>> A montagem
Depende das condições do canteiro, mas costuma seguir uma sequência de montagem como pode ser vista em obra da Preconcretos:
- 1º: Pilares
- 2º: Vigas
- 3º: Lajes
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