Itapema FM | 07/04/2015 20h49min
O treinador do Team SCA é o brasileiro Joca Signorini. O velejador, que já participou de três edições da Volvo Ocean Race, entre elas a de 2005-2006 quando esteve no barco Brasil 1, compete nesta edição pela primeira vez como técnico.
Em 2012, Joca foi tripulante do veleiro Telefônica, da Espanha. A etapa reservou uma emoção a mais para o atleta, que não pôde acompanhar o nascimento da filha por estar em alto mar.
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Confira a entrevista com Joca Signorini:
Na edição passada você foi o único brasileiro na Volvo Ocean Race. Como está sendo ficar em terra desta vez?
Fiz as últimas três edições participando desde o início do time em todas as etapas. Foram 10 anos nessa batalha grande. A regata passada foi muito dura para mim, não só dentro da água, mas no meu lado pessoal. A minha filha nasceu e eu estava no barco. Foi muito duro também para a minha família. Essa oportunidade de ver a regata por uma perspectiva diferente veio na hora certa. Estou muito satisfeito com a minha escolha.
As meninas contaram que tiveram muita dificuldade nesta etapa. O que você conseguiu passar para elas de experiência sobre o percurso?
A gente tenta passar ao máximo a nossa experiência. Algumas delas, inclusive, estiveram no último barco feminino há 12 anos, mas nesse tempo muita coisa mudou. A maneira como se veleja os barcos principalmente. O barco a vela é como um automóvel. A tecnologia nunca para de avançar. É realmente outra história. E essa é uma etapa muito difícil.
Nessa regata a coisa mais interessante é que as coisas mudam muito rápido. A equipe chinesa, por exemplo, vinha de bons resultados e agora vai tentar no máximo ficar pronto para a próxima regata. Para as meninas é muito importante acumular experiência. Elas chegarem até aqui e conseguiram o nosso maior resultado em termos de pontuação, que foi o quinto lugar na etapa.
Você se sente responsável por elas?
Tem um pouco de responsabilidade porque uma regata como essa você pensa na performance, mas também pensa muito na segurança dos tripulantes e do barco, por isso a experiência é muito importante. Uma pessoa com experiência sabe quando puxar o pé e quando pisar fundo no acelerador, é mais fácil do que em uma tripulação sem experiência.
Qual era a expectativa delas para a chegada em Itajaí?
Todo mundo adora o Brasil. Em uma Regata de Volta ao Mundo em que você está em diversos países não pode esperar oportunidade de estar aqui aproveitando um pouco do nosso país.
Levando em conta as cinco etapas, o que foi mais legal e mais complicado para o time e para você como treinador?
O mais legal é ver o avanço das meninas não só na regata, mas também na preparação. Iniciamos o trabalho há dois anos, se você comparar a maneira que elas velejavam e como estão velejando hoje enquanto equipe, a mudança é da água para o vinho. Acho que os resultados que elas têm alcançado em algumas regatas, principalmente as locais, com duas vitórias tem deixado todo mundo bastante impressionado. Para a gente que está envolvido no trabalho é uma gratificação muito grande.
O mais difícil é quando elas ficam desapontadas com o resultado e necessitam de ajuda para melhorar, controlar essa ansiedade por alcançar bons resultados é a parte mais difícil. Ainda mais levando em conta que são 13 meninas na nossa equipe.
Joca relembra nascimento da filha na última edição da Volvo Ocean Race
Foto:
Marcos Porto
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