Itapema FM | 02/02/2015 14h29min
"Isso aqui é coisa séria. É como se fosse uma escola regular. Vocês também terão notas e precisam se sair bem, nas duas". O aviso do professor Maikon Golini para os meninos recém-chegados à Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, pode parecer duro num primeiro momento, mas está na medida da dedicação que a instituição espera dos 64 novos alunos e à altura do passo que eles deram nesta segunda-feira rumo à carreira de bailarino.
Para as meninas, o recado também é direto: "Vocês precisam cuidar da postura. As pessoas precisam vê-las na rua e já reconhecerem como uma bailarina", frisa Bruna Lorrenzzetti. Ambas as recomendações vêm de dois bons exemplos saídos da própria escola. Tanto Bruna quanto Maikon já foram alunos da instituição e hoje são professores da primeira série de balé clássico, a disciplina mais aguardada da grade curricular do Bolshoi, que inclui aulas de música, dança popular histórica, ginástica específica e acrobática.
Neste ano, os calouros também passam a ter aulas de Aikido com o professor Marcos Tavares, do Instituto Tachibana de Aikido. A arte marcial entrou para a grade de aulas para ajuda-los na disciplina, atributo indispensável para que os jovens consigam conciliar a dupla rotina de estudos.
— A intenção é melhorar o dia a dia deles e prepará-los para a dança — afirma Marcos.
A primeira semana de contato com a escola é de total reconhecimento de espaço. Os calouros visitam as instalações, adotam o seu próprio armário, recebem os uniformes e aprendem a usá-los nas ocasiões corretas. Mas, sem dúvida, a aula dos alunos mais velhos acaba prendendo a maior parte da atenção dos pequenos, principalmente daqueles que já têm grande admiração pelo balé, como é o caso de Sara Centenaro, 10 anos. Única mato-grossense a ingressar na instituição neste ano, Sara está tão certa do que quer que convenceu a família, a mãe e o irmão de 13 anos, a morar em Joinville.
— Chegamos em janeiro e já estamos gostando da cidade — diz.
A maioria dos novos matriculados entrou para a primeira série. Os outros 23, por causa da idade ou nível de conhecimento, passam a fazer parte de turmas de 2ª a 8ª série de clássico, e de 6ª a 8ª série de contemporânea. O primeiro caso exige tanta dedicação quanto nas séries mais avançadas.
— O primeiro ano também é de trabalho intenso. É quando o corpo, a base do trabalho, é moldado. Se a base não for bem assimilada, eles terão mais dificuldades nos próximos anos — avalia a professora Bruna.
A Escola do Bolshoi conta atualmente com 254 alunos dos cursos de balé clássico e dança contemporânea. Todos os matriculados possuem bolsa de estudos. Além das aulas, eles recebem cuidados fisioterápico, odontológico e psicológico, alimentação, uniforme e transporte.
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