Itapema FM | 02/10/2014 16h26min
Joinvilenses de 9 a 11 anos arriscaram os primeiros passos que os levarão a fazer parte da Escola de Balé Bolshoi na manhã desta quinta-feira. Nessa etapa de pré-indicação a habilidade física pode levar à audição. Até sexta-feira, todos farão o teste, mas o resultado só será divulgado no dia 7 de outubro. Diferentemente do ano passado, em que os alunos eram indicados por seus professores, foram abertas inscrições via internet. Como a organização também permitiu cadastros na hora, o número de inscritos ultrapassa os 622 iniciais e pode chegar a 700. Existem crianças de outros estados, que vieram morar em Joinville para ter mais chances na competição.
A pré-indicação passou por nove cidades de oito estados. Joinville é a décima da lista, de onze municípios participantes contando com a avaliação em Paulínia (SP), na próxima semana. As inscrições pela internet representaram uma mudança, considerada necessária pela organização, de um processo que se repetia há 14 anos. Antes o professor era o responsável. Hoje os pais se envolvem ainda mais. Muitos acompanharam os filhos e buscaram uma fresta do vidro para poder vê-los antes de seguirem para as salas de teste.
— É um momento mágico! Conhecemos aqui os nossos futuros bailarinos — salientou a coordenadora pedagógica Marileia Cane.
Cane ressalta que a pré-indicação "é especial", por ser um dia de descanso para veteranos e de conhecimento para futuros alunos da escola. Durante a manhã de terça-feira, apenas dois meninos participaram dos exercícios. Pablo Rodrigo Koppe Filho, de 9 anos, foi um deles. Uma das únicas experiências que o menino tem no balé é ver o primo, já aluno do Bolshoi, dançar. A avó incentivou Pablo a participar da pré-seleção. Ele já estava ansioso pelo resultado logo após passar pelos testes.
— Não dá pra dizer muito. O talento vai desenvolver mais depois — desconversou com sotaque russo o professor e avaliador Dimitri Afanasyev, quando questionado sobre os destaques da turma.
Pablo era o único menino na sala que tinha cerca de 45 crianças. Na mesma fila em que ele se apresentou, estava a menina de 9 anos, Sara Stefani Honorato. Enquanto aguardava a vez dela e de seus colegas enfileirados mostrarem habilidades, Sara sentava no chão e os ombros já carregavam a postura de uma bailarina. Mesmo sem fazer dança, ela resolveu participar por incentivo da mãe.
Pablo, Sara, Victória e Camille participaram pela primeira vez da pré-indicação.
Terminados os exercícios em que mostraram habilidades como ritmo, flexibilidade, coordenação, impulsão e a curvatura de ponta de pé, o piano ajudou no alívio do momento de competição. As crianças foram liberadas para correr e brincar pela sala. Pablo ficou quieto mais próximo de um professor. Sara deu a primeira passada de corrida que logo terminou na segunda, em um sorriso tímido.
Sara e Pablo são bem diferentes da dupla da Ginástica Rítmica Desportiva. Espontâneas e competitivas, Camille Vitória Conrad e Victória Brezink Durigon, as duas com 9 anos, resolveram participar da seleção, mas ainda não decidiram deixar a GRD. Mas se passarem, devem seguir na profissão de bailarina.
— Depois de um mês fazendo balé, a gente perde a habilidade com os aparelhos — comentou Camille.
— Se agente não passar, não vamos desistir — garantiu Victória.
Os quatro participaram da seleção pela primeira vez e tiveram dificuldades em alguns movimentos do teste. Quais deles?
— Todos — respondeu Pablo.
— Encostar o pé na cabeça — continuo Sara.
— O sapinho — falou Victória.
Camille, ao invés de mostrar dificuldades, virou o próprio sapinho.
Talentos valencianos
Kezia, Nicoly, Hellen e Kethely são baianas e moram em Joinville por causa do balé
— Não vamos desistir — disse em coro o quarteto de meninas baianas, moradoras de Joinville há um ano.
Nicoly Rocha, que tem 10 anos, veio de Valência, na Bahia, para a cidade da dança com outras três meninas. Kethely dos Santos Pereira, de 10 anos, Kezia Ribeiro e Hellen Palma, as duas com 9 anos, vivem com Nicoly e outros bailarinos em uma casa social bancada pelo município de onde são naturais. Elas dançam pelo Balé Estilo Corpo, que já tem alunos baianos na Escola do Bolshoi.
As quatro moram longe dos pais e estudam balé na Casa da Cultura. Essa é a segunda tentativa de entrarem para o Bolshoi. A audição ocorre entre 17 e 19 de outubro. Em dezembro voltam para casa, mas não ficarão por lá. Tentarão uma vaga, na seleção mais disputada que muito vestibular, até não haver mais possibilidade. Nenhuma delas esconde a saudade de casa e nem a vontade de voltar o mais cedo possível para Joinville.
Serviço
Pré-indicação: 2 e 3 de outubro
Resultado da pré-indicação: 7 de outubro
Audição em Joinville: 17, 18 e 19 de outubro
Pais observam filhos antes de participarem dos testes de pré-indicação
Foto:
Salmo Duarte
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