Em um "momento Obama", como ele próprio define, Flavio Estevam, 32 anos, criador dos polêmicos sites Namorofake.com.br e fidelidadeface.com, teve a ideia do Face X9 , com o sócio Evandro Magalhães, de 25. O site permite o acompanhamento em tempo real do que os amigos estão fazendo no Facebook, além de pesquisar todo o histórico das atividades de forma prática.

— Há cerca de sete meses, uma amiga ciumenta e desconfiada do namorado me procurou perguntando se conhecia alguma ferramenta com que ela pudesse monitorar o perfil dele. Naquele momento, respondi não. Recentemente, com tantas notícias sobre espionagem, lembrei daquela conversa e decidi desenvolver uma ferramenta para a rede social — conta.

O FaceX9 funciona como um navegador, sem interferência no funcionamento normal do Facebook, não infringindo nenhuma regra nem invadindo informações privadas de outros usuários, segundo os criadores. A ferramenta registra as atividades das últimas 24 horas dos contatos no computador do cliente. No programa, ele terá acesso a vários filtros de pesquisa que permitem buscar, por exemplo, tudo o que o filho curtiu no fim de semana em que não o acompanhou em tempo real ou quais posts o namorado comentou. Mas que graça a novidade tem para os stalkers (perseguidores, vigias) de plantão, já que permite a visualização só de conteúdo dos próprios contatos? Segundo Stevam, o recurso da rede de Mark Zuckerberg não oferece busca personalizada e é limitado.

— O FaceX9 é uma ferramenta de busca que o Facebook não oferece.

Página voltada para as empresas

O FaceX9 já tem cerca de 2,6 mil usuários. Entre eles, há as pessoas que querem monitorar amigos, namorados (as) e filhos; os autônomos, que procuram demanda para serviços por meio da busca de palavras-chave; e as empresas, que seguem clientes. Mas Estevam diz que o foco principal são os profissionais e as empresas.

— Nosso objetivo é aprimorar a ferramenta para que traga maior produtividade e lucro — afirma.

O empresário não tem medo de que seu produto incentive a obsessão pela xeretagem.

— Estamos sendo vigiados na internet, por câmeras, microfones e satélites. Já estamos acostumados. Muitas pessoas ainda não sabem, mas, quando clicam em alguma propaganda, estão sendo monitoradas pelo Google, que vai colocar esse produto em quase todos os sites que acessarem — afirma.