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Itapema FM  | 29/11/2013 04h03min

Reabertura da Casa da Cultura de Joinville gera expectativa e anima coordenadores e professores

A casa que é referência para o Estado está de volta em sua sede original

Criada em 1970 e oficializada em 1972 a Casa da Cultura abriga a Escola Municipal de Ballet, Escola de Artes Fritz Alt, Escola de Música Villa Lobos e a Galeria de Artes Victor Kursancew, que durante o período de obras, desintegrou-se para assistir aos cursos em prédios temporários. Mudança que exigiu paciência e adaptação dos alunos e professores em salas menores, improvisadas e até impróprias para a prática de determinadas atividades.

Os professores de teatro Juciara do Nascimento e Amarildo de Almeida, por exemplo, relatam que suas turmas foram remanejadas cinco vezes, pela ausência de um espaço próprio.

— Alguns alunos saíram, mas os persistentes e que acreditam no teatro permaneceram — diz Amarildo.

Todas as coordenações sofreram com a perda de alunos neste período, tanto pela diminuição das salas quanto pelo desânimo dos estudantes.

— Perdemos 50% do contigente de alunos quando fomos para o prédio provisório —revela a coordenadora da Escola de Artes Fritz Alt, Maria Helena Scaglia.

O desgaste provocado pela interdição em 2011 e a alteração dos espaços provisórios desenhou um cenário confuso na sociedade e que poderá ser resgatado com a estrutura pronta.

— Existem dois fatores que vão contribuir com essa reaproximação do público. Primeiro, é este espaço reformado e o segundo, é a qualificação do corpo docente. A casa vem se moldando e se adaptando a este novo contigente de público e cultura.

O coordenador da Escola de Música Villa Lobos, Marco Aurélio Schimidt não esconde a alegria de voltar para o local.

— Aqui é o lugar propício para a arte. Além disso, dá um fôlego para nós, professores, que já temos diversos planos para 2014 —diz Marco, que com 30 anos fazendo parte da Casa, coleciona histórias para contar.

Aos sete anos, Elizete Demonti pisou na Casa da Cultura como aluna, foi professora e hoje é a atual coordenadora da Escola Municipal de Balé. Foram duas trocas de prédio provisório e muito aprendizado.

Assim como todos os cursos, houve uma diminuição no número de estudantes. A expectativa agora é iniciar o próximo ano letivo com mais fôlego entre os professores e alunos e continuar com o ânimo renovado que a reforma trará a todos.


Casa da Cultura é um pólo de formação

Linda Poll, artista plástica, consumidora do mercado da arte e ex-coordenadora da casa (1997 – 2000), defende a importância social e cultural da Casa da Cultura, local onde acompanhou a evolução de artistas e que foi o berço do Festival de Dança de Joinville.

— Eu sustento que a casa é um pólo formador de artistas. Ali poderia ser uma faculdade. É um exemplo e referência para o Estado — aponta.

Do ponto de vista de Linda, a reforma foi uma conquista inegável, mas é preciso avançar. O sistema cultural em geral inchou e precisa se modificar para atender a demanda.

— A casa precisa de uma ampliação urgente. A população aumentou, o mercado das artes também — pontua.

Linda, que atualmente é coordenadora do Museu Fritz Alt, recorda com nostalgia dos grandes eventos promovidos na Casa da Cultura, de workshops com artistas de referência nacional à própria efervescência artística interna, com apresentações e exposições dos próprios alunos.

— Até pouco tempo, quando as inscrições para os cursos eram feitas pessoalmente, havia pessoas que dormiam do lado de fora para conseguir uma vaga.

Foram cerca de 20 anos de uma relação estreita entre a produtora cultural Albertina Tuma e a Casa da Cultura, responsável pela criação de diferentes eventos no local e percursora da Escolinha de Artes e do Festival de Dança, que a partir da sexta edição, tornou-se internacional.

Entre os destaques, ela cita o Encontro Nacional de Flauta, os Encontros Nacional e Latino-americano de Cerâmica, Salão de Arte, Coletivas de Arte Infantil e o 1º Salão Nacional de Arte e Porcelana, todos realizados no período de 1970 a 1980, quando ainda mantinha ligação direta com o local.

— Era uma época muito linda, havia muito foco no corpo docente e nos eventos e todos ajudavam. Pessoas de todo o Brasil vinham conhecer a Casa da Cultura – descreve.

Albertina, que ajudou a movimentar a engrenagem do período de maior efervescência artística do lugar, principalmente na década de 1980, acredita que a casa pode retornar com um poder ainda maior.

— É uma questão de criatividade dos gestores e do envolvimento. Mas na época, nós contávamos muito com o apoio das grandes empresas e da prefeitura, que foi muito importante, claro.

A NOTÍCIA
Divulgação / Divulgação

Imagem da construção da Casa da Cultura / Reprodução do acervo do Arquivo Histórico de Joinville, sem data disponível.
Foto:  Divulgação  /  Divulgação


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